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SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, programa que possibilita a compra e venda de papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, iniciaram os negócios desta quinta-feira em leve baixa, mas inverteram o rumo nesta tarde, com destaque para a alta dos retornos dos títulos prefixados.
Ontem à noite, o Banco Central decidiu reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 6% ao ano. Apesar de o corte ser esperado, parte dos analistas esperava por uma redução menor, de 25 pontos. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve os juros por dez reuniões seguidas, em um ciclo que teve início em março de 2018.
No comunicado de ontem, o BC ressaltou que o “cenário externo mostra-se benigno, em decorrência das mudanças de política monetária nas principais economias”. Apesar disso, a autoridade monetária diz que os riscos em relação a uma desaceleração da economia global permanecem.
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Sobre o cenário doméstico, o Copom reconheceu que as “reformas e ajustes necessários” na economia brasileira tem avançado. Por outro lado, o BC “enfatiza que a continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”.
Se o Copom animou os investidores ao diminuir os juros de maneira mais forte, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) decepcionou, pois, além de reduzir as taxas dos Estados Unidos em apenas 0,25 ponto percentual, contou com um discurso confuso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Powell afirmou que o corte não era o início de um ciclo de relaxamento monetário, mas apenas um ajuste de percurso. Depois negou e falou que nunca descartou novas reduções nos juros.
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No Tesouro Direto, dentre os títulos com rendimentos prefixados, o prêmio anual do Tesouro Prefixado 2022 subia de 5,80%, nesta manhã, para 5,87%, nesta tarde, enquanto o retorno do Tesouro Prefixado 2025 aumentava de 6,82% para 6,89%. O papel Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 apresentava retorno de 7,22%, também acima dos 7,15% desta manhã.
No grupo de papéis com retorno indexado à inflação, o prêmio do Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 subia de 3,58% para 3,60%, enquanto o retorno do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2050 aumentava de 3,61% para 3,64%. O investidor pode adquirir o papel integralmente por R$ 4.715,54 ou aplicar uma quantia mínima de R$ 47,15 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação).
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Indexados ao IPCA | ||||||
Tesouro IPCA+ 2024 | 15/08/2024 | IPCA + 2,89 | R$ 56,05 | R$ 2.802,62 | ||
Tesouro IPCA+ 2035 | 15/05/2035 | IPCA + 3,60 | R$ 37,07 | R$ 1.853,81 | ||
Tesouro IPCA+ 2045 | 15/05/2045 | IPCA + 3,60 | R$ 39,08 | R$ 1.302,84 | ||
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 | 15/08/2026 | IPCA + 3,04 | R$ 39,12 | R$ 3.912,87 | ||
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 | 15/05/2035 | IPCA + 3,48 | R$ 42,42 | R$ 4.242,52 | ||
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 | 15/08/2050 | IPCA + 3,64 | R$ 47,15 | R$ 4.715,54 | ||
Prefixados | ||||||
Tesouro Prefixado 2022 | 01/01/2022 | 5,87 | R$ 34,85 | R$ 871,42 | ||
Tesouro Prefixado 2025 | 01/01/2025 | 6,89 | R$ 34,87 | R$ 697,59 | ||
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 | 01/01/2029 | 7,22 | R$ 35,72 | R$ 1.190,81 | ||
Indexados à Taxa Selic | ||||||
Tesouro Selic 2025 | 01/03/2025 | Selic + 0,02 | R$ 102,35 | R$ 10.235,49 |
Fonte: Tesouro Direto
Balanço de julho
Depois da expressiva queda das taxas de juros ao longo dos últimos meses, o movimento dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto perdeu força em julho, ainda que a maior parte dos papéis tenha apresentado valorização de preços.
No mês passado, seis de nove papéis disponíveis para compra registraram apreciação – com destaque para os com rendimentos prefixados –, dos quais apenas três superaram a alta de 0,84% do Ibovespa e cinco bateram a variação de 0,57% do CDI, o referencial das aplicações mais conservadoras.
Mais simbólico, os preços de três títulos públicos caíram em julho. O Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 teve queda de 0,28%, o Tesouro IPCA+ 2035, de 1,04%, e o Tesouro IPCA+ 2045, papel que acumula a maior valorização em 12 meses, teve perda de 1,99% no mês passado, segundo informações da B3. Confirma mais informações aqui.
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