Tesouro Direto: título pós-fixado, Tesouro Selic registra vendas de R$ 2,4 bi em agosto, maior patamar em 1 ano

O papel também foi o único que registrou aumento de vendas na comparação com julho

Bruna Furlani

(Getty Images)

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A escalada rápida da Selic – da mínima histórica de 2% para os atuais 13,75% ao ano – impulsionou também o investimento em títulos públicos com retorno atrelado à taxa básica de juros disponíveis no Tesouro Direto. Prova disso é que as vendas do papel Tesouro Selic em agosto alcançaram R$ 2,4 bilhões, maior valor desde agosto de 2021. Os dados são do Tesouro Nacional.

O papel foi o único que registrou aumento dos investimentos na comparação com julho, mês em que as vendas de Tesouro Selic somaram R$ 1,98 bilhão, segundo o Tesouro Nacional. O avanço em agosto, ante julho, portanto, foi de 22%.

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Por outro lado, papéis atrelados à inflação sem cupom semestral (Tesouro IPCA+ ou NTN-B principal) foram os que registraram maior recuo nas vendas entre os títulos disponíveis, alcançando R$ 230,4 milhões em agosto, o que representa uma queda de 36% em relação a julho.

Da mesma forma, papéis prefixados sem cupom (Tesouro Prefixado ou LTNs) e com cupom (Tesouro Prefixado com juros semestrais ou NTN-Fs) viram o volume de vendas cair em cerca de 4% e 15%, respectivamente.

No total, as vendas de todos os papéis disponíveis no Tesouro Direto atingiram R$ 3,8 bilhões em agosto. Já os resgates somaram R$ 2,4 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões relativos a recompras e R$ 189,1 milhões referentes a vencimentos.

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Vencimento

Com relação ao prazo dos papéis, chama atenção que, em agosto, os títulos com vencimento acima de 10 anos responderam pelo menor percentual de vendas desde fevereiro deste ano, ao compreender 15,3%.

Ainda assim, os títulos com prazo entre 1 e 5 anos foram os preferidos entre os investidores – mais uma vez, já que corresponderam a 78,7% das vendas em agosto. Papéis com prazo entre cinco e dez anos, por sua vez, representaram 5,9% do volume vendido.

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Em agosto, 637,6 mil novos participantes se cadastraram no Tesouro Direto. Com isso, o número total de investidores cadastrados ao fim do mês chegou a quase 21 milhões, o que representa aumento de 65,8% nos últimos doze meses.

O número de investidores ativos, por sua vez, chegou a 2,1 milhão, uma alta de 26,6% nos últimos doze meses. No mês, o acréscimo foi de pouco mais de 29 mil novos investidores ativos.

Rentabilidade

Em relação à rentabilidade acumulada no mês, o destaque ficou para o Tesouro Prefixado 2029 e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033, que registraram valorização de 5,40% e 5,14%, respectivamente. No que se refere à rentabilidade acumulada em doze meses, destaque para os títulos Tesouro Selic 2027 e Tesouro Selic 2025, que obtiveram alta de 11,13% e 10,78%, respectivamente.

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É bom lembrar que, em agosto, houve forte queda das taxas com a sinalização dada pelo BC de que teria encerrado o ciclo de alta da Selic no patamar de 13,75% ao ano, o que se concretizou na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro.

O efeito de aumento nos preços dos títulos, em momentos de recuo das taxas de remuneração, tem origem na chamada marcação a mercado. Durante a existência de um papel, seu preço é marcado diariamente conforme as taxas que o mercado precifica a cada dia.

Na prática, os papéis prefixados costumam valorizar quando as taxas de juros estão em tendência de queda. O contrário também é verdadeiro: os preços dos papéis normalmente caem quando as taxas de juros sobem, como estava ocorrendo nos meses anteriores, enquanto o mercado precificava uma provável continuação do ciclo de aperto monetário. Por isso, até o vencimento, alguns papéis ficaram com rentabilidade negativa em alguns momentos deste ano.

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Estoque

Em agosto de 2022, o estoque do Tesouro Direto fechou em R$ 98,23 bilhões, um aumento de 1,85% em relação ao mês anterior (R$ 96,45 bilhões). Os títulos remunerados por índices de preços se mantiveram como os mais representativos do estoque somando R$ 51,98 bilhões, ou 52,91% do total.

Na sequência, vieram os títulos indexados à taxa Selic, totalizando R$ 31,04 bilhões (31,60%), e os títulos prefixados, que somaram R$ 15,21 bilhões, com 15,49% do total.

Quanto ao perfil de vencimento dos títulos em estoque, a parcela com vencimento em até um ano fechou o mês em R$ 6,11 bilhões, ou 6,22% do total. Já a parcela do estoque com prazo entre um e cinco anos foi de R$ 64,31 bilhões (65,47%) e o percentual acima de 5 anos chegou a R$ 27,81 bilhões (28,31%).