Tesouro Direto: taxas pagas por títulos públicos recuam nesta quinta-feira

Investidores monitoraram cena política e evolução do setor de serviços no Brasil, além de dados econômicos nos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

(GettyImages)

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SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto operavam em queda na tarde desta quinta-feira (15).

O papel com retorno prefixado e vencimento em 2024 pagava um prêmio anual de 8,22%, ante 8,29% ao ano na tarde de quarta-feira (14). Da mesma forma, a taxa paga pelo Tesouro Prefixado 2026 cedia de 8,90% para 8,83% ao ano.

Entre os papéis indexados à inflação, o título com prazo em 2026 pagava uma taxa de 3,72% ao ano, contra 3,80% anteriormente. Já o juro real pago pelo Tesouro IPCA+2035 era de 4,14%, ante 4,19% ao ano no pregão anterior.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quinta-feira (15):

Fonte: Tesouro Direto

Orçamento e STF

No ambiente doméstico, as atenções recaíram sobre o noticiário em Brasília, com a CPI da Covid, o impasse sobre o Orçamento de 2021 e em meio a julgamentos no STF.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deixará para a própria CPI da Covid a tarefa de decidir o ritmo de trabalho e o formato a ser adotado, se presencial, semipresencial ou remoto.

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Também não há sinal, por parte da oposição e de críticos do governo, de questionamentos sobre a ampliação do escopo de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o que poderia provocar uma nova judicialização do tema.

Chamado de “fictício” por ter cortado gastos obrigatórios ao mesmo tempo em que elevou os gastos com defesa e com emendas parlamentares, o Orçamento de 2021 que foi aprovado pelo Congresso levaria à paralisação da máquina pública, gerando um impasse para o governo, se aprovado como está.

Uma das alternativas discutidas é a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro vetar a proposta. Mas, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro foi alertado na terça pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que o governo corre o risco de perder sua base de apoio caso vete o projeto. Isso faria com que o governo não consiga mais aprovar nenhuma matéria no Congresso.

Segundo o jornal Valor Econômico, conforme o prazo final para que Bolsonaro sancione o Orçamento de 2021 se aproxima, volta a ganhar força a possibilidade de que o presidente vete parcialmente a lei e envie um projeto de lei para recompor as despesas obrigatórias cortadas.

Também no radar político, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retomará hoje o julgamento sobre a anulação das condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato.

Ontem, o entendimento da Corte foi o de que cabe ao próprio colegiado decidir sobre os recursos apresentados à liminar do ministro Edson Fachin.

Na agenda de indicadores econômicos, o volume de serviços prestados no Brasil teve alta de 3,7% em fevereiro na comparação com janeiro, cravando a nona alta seguida, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio muito acima do esperado pelo mercado, de alta de 1,5%, segundo o consenso Refinitiv.

Assim, o setor superou pela primeira vez o nível em que se encontrava antes do início da pandemia de Covid-19, ficando 0,9% acima do patamar de fevereiro de 2020.

Ambiente internacional

Na cena externa, os mercados monitoraram hoje a temporada de resultados nos Estados Unidos e na Europa, além de dados da economia americana que devem trazer novas pistas sobre a trajetória da recuperação econômica no país.

Em março, as vendas no varejo dos EUA se recuperaram com força em meio a cheques de alívio adicionais do governo. Segundo o Departamento de Trabalho do país, as vendas varejistas aumentaram 9,8% no mês passado, acima da alta de 5,9% esperada pelos economistas consultados pela Reuters.

A produção nas fábricas americanas também se recuperou em março em meio ao fortalecimento da demanda doméstica, levando a um salto de 2,7%. O resultado, contudo, veio abaixo dos 4,0% esperados pelos economistas consultados pela Reuters.

Já os pedidos semanais de auxílio-desemprego somaram 576 mil na semana encerrada em 10 de abril, abaixo das 700 mil solicitações esperadas pelos economistas ouvidos pela Reuters.

Atenção ainda para a divulgação, à noite, dos dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, vendas no varejo em março e taxa de desemprego na China.