
SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto, que operaram sem uma direção clara na manhã desta quarta-feira, passaram a cair de maneira uniforme durante a tarde, poucas horas antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a nova taxa básica de juros.
A expectativa majoritária do mercado é que a autoridade monetária promova um novo corte de 0,75 ponto percentual, renovando a mínima histórica para 2,25% ao ano. (Leia mais aqui)
Entre os prefixados, o prêmio do título com vencimento em 2023 recuava de 4,20% a.a. para 4,15% a.a. O juro pago pelo mesmo papel com prazo em 2026, por sua vez, oferecia uma taxa de 6,26%, ante 6,34% na sessão passada.
Entre os títulos indexados à inflação, o prêmio do Tesouro IPCA+ 2026 estava em 2,66% há pouco, frente aos 2,69% do pregão anterior. Já a taxa do mesmo papel com vencimento em 2035, que ontem era negociada a 4,02%, hoje a tarde recuava para 4%.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta quarta-feira (17):
Embora a decisão do Copom já seja amplamente aguardada, os investidores devem ler com atenção o comunicado depois da reunião, pois ele poderá deixar a porta entreaberta ou fechada para novas reduções da taxa básica de juros.
Em uma manhã sem indicadores macroeconômicos relevantes, a atenção dos investidores no cenário doméstico se volta para novos capítulos da crise política.
Na noite de terça-feira, em suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não iria “assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”, referindo-se à operação da Polícia Federal que atingiu seus aliados. Ele disse que, até o momento, nunca tomou uma medida que demonstrasse apreço ao autoritarismo.
A operação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator do inquérito das fake news.
Internacional
No fronte global, o pregão é de maior apetite por risco, com os investidores voltando a se animar com as perspectivas de reabertura das economias.
Ajudam no otimismo os dados de vendas no varejo dos Estados Unidos, que cresceram 17,7% em maio, ante uma expectativa de avanço de 8%, reflexo da injeção brutal de liquidez pelo banco central americano.
Apesar do clima mais ameno, especialistas seguem alertando quanto aos riscos que ainda existem pela frente. A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, afirmou ontem que a revisão das projeções de crescimento, prevista para este mês, deve mostrar taxas de crescimento negativas ainda piores do que as anteriormente estimadas.
O mercado também aguarda por novas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que volta a falar nesta quarta-feira às 13h. Na terça, ele afirmou que a economia americana não estará completamente recuperada enquanto a população não for convencida de que a pandemia do coronavírus estiver sob controle. Já são mais de 8 milhões de contaminados em todo o mundo.
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