Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos têm queda nesta 2ª, em dia de mudança na liquidação dos resgates

Mercado monitora estimativas de 8% para a Selic e para a inflação neste ano divulgadas hoje pelo Focus, além de discussões em torno dos precatórios

Bruna Furlani

(GettyImages)

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SÃO PAULO – Em dia de maior calmaria no cenário político local com declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no fim de semana e que mantiveram o tom mais conciliador entre os Três Poderes, o mercado de títulos públicos negociados na plataforma do Tesouro Direto opera em queda na tarde desta segunda-feira (13).

No Tesouro Direto, investidores vão encontrar uma novidade a partir de hoje. Isso porque a liquidação de resgastes vai começar a ocorrer no mesmo dia em que o investidor fizer a solicitação. A mudança, no entanto, só vai valer para operações realizadas antes das 13h. Após esse horário, todas as operações realizadas serão liquidadas em D+1, ou seja, um dia útil após o pedido.

Segundo os analistas da XP, a alteração é positiva para os investidores, sobretudo aos que alocam a reserva de emergência no Tesouro Direto.

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Na atualização da tarde, o juro pago pelo título com vencimento em 2031, por exemplo, recuava de 10,95%, no começo da manhã, para 10,93%. Na sessão anterior, o mesmo título oferecia juro de 11,03%. No mesmo horário, o prêmio do título prefixado com vencimento em 2026 era de 10,39%, abaixo dos 10,46% vistos na tarde de sexta-feira (10).

Entre os papéis atrelados à inflação, o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2055 e pagamento de juros semestrais era de 4,80%, contra 4,77% no início das negociações. Na sessão anterior, no entanto, o papel oferecia retorno de 4,85%. Já o Tesouro IPCA com vencimento em 2030 e pagamento de juros semestrais oferecia retorno real de 4,61%, contra 4,71% da sessão de sexta-feira.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (13): 

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Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Focus

Na agenda econômica local, as atenções do mercado estão voltadas para a divulgação do Relatório Focus do Banco Central. Com o impacto das pressões inflacionárias crescendo sobre a atividade econômica, o mercado financeiro segue ajustando para cima as expectativas para a taxa básica de juros (Selic).

De acordo com o Focus, as expectativas para a taxa Selic ao fim deste ano foram elevadas pela segunda semana consecutiva, desta vez de 7,63% para 8,00% ao ano.

Com o ajuste, a estimativa para os juros em dezembro de 2022 também foi elevada, de 7,75% para 8,00%, apontando para a estabilidade da Selic ao longo do próximo ano.

Pela 23ª semana consecutiva, o mercado também revisou para cima suas projeções para a inflação oficial em 2021, de 7,58% para 8,00%. Para 2022, as estimativas também foram elevadas, pela oitava semana, de 3,98% para 4,03%.

Manifestações e precatórios

Já na cena política, o fim de semana foi marcado por manifestações contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ao contrário das outras vezes, os protestos de domingo (12) foram menores em número de pessoas, diante do impasse em consolidar um movimento mais plural e forte de oposição.

Também no fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar sobre o impacto de decisões importantes que o Supremo Tribunal Federal (STF) terá de deliberar nesta semana. O mandatário disse mais uma vez que uma decisão do Supremo contrária à tese do marco temporal, que prevê que povos indígenas só poderiam reivindicar terras que ocupavam à época da promulgação da Constituição em 1988, vai acabar com o agronegócio no Brasil. O tema deve ser apreciado novamente nesta quarta-feira (15).

Ao mesmo tempo, o presidente reiterou que os Três Poderes precisam ser respeitados e que o trabalho conjunto do Executivo, Legislativo e Judiciário deve beneficiar todos os brasileiros.

Outro tema que deve voltar com mais força à pauta nesta semana é a PEC dos precatórios. Em evento, Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional, defendeu que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) enviada pelo governo ao Congresso Nacional é a “melhor alternativa”, mas disse ver vantagens, por exemplo, na discussão que está sendo feita no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de criar um teto anual para o pagamento dessas despesas.

“A Proposta do CNJ tem a vantagem de não precisar passar pelo processo de votação de uma emenda constitucional. Poderia ser uma boa alternativa também”, afirmou Bittencourt. “Se outro modelo para precatórios vier a ser entendido como melhor, estamos abertos.”

Cena externa

No cenário internacional, as bolsas americanas operam em alta e se recuperam depois de cinco dias consecutivos de quedas com um claro rodízio de ações que agora parecem sair do setor de tecnologia para papéis mais voltados à economia tradicional.

Também nos Estados Unidos, investidores aguardam a divulgação nesta terça-feira (14) do Índice de Preços ao Consumidor. A expectativa de economistas ouvidos pela FactSet é de alta de 5,3% na comparação anual em agosto. Além disso, dados sobre vendas no varejo deverão ser divulgados mais para a frente nesta semana.

Já na zona do euro, investidores continuam a avaliar a última decisão do Banco Central Europeu (BCE) da semana passada, de desacelerar o ritmo de compra de títulos sob o seu Programa Emergencial de Compras (PEPP na sigla em inglês), em resposta a inflação mais alta e ao ritmo mais forte de crescimento do PIB na Zona do Euro.

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