Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos têm leve queda na tarde desta quinta-feira

SÃO PAULO – Os títulos públicos prefixados e indexados à inflação negociados por meio do Tesouro Direto, programa voltado para a compra e a venda dos papéis emitidos pelo governo por pessoas físicas, seguiram com os prêmios em leve queda ou estáveis na tarde desta quinta-feira (29) ante a sessão passada.

No foco local dos investidores estão o avanço do IGP-M em julho e os dados do Caged de junho. O mercado também repercute dados do PIB nos Estados Unido abaixo do esperado, bem como as perspectivas para os juros americanos, após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) indicar que vai continuar com uma política monetária acomodatícia.

No Tesouro Direto, o juro pago pelo título prefixado com vencimento em 2026 oscilava próximo da estabilidade em 8,78% na atualização da tarde contra 8,79% no começo da manhã. Um dia antes, porém, o mesmo titulo pagava um prêmio de 8,81%. O título prefixado com vencimento em 2031 e pagamento de juros semestrais, por sua vez, pagava um prêmio de 9,30% durante a tarde, contra um prêmio de 9,27% no início das negociações. Anteriormente, o retorno pago pelo papel era de 9,28%.

No grupo de papéis com retornos atrelados à inflação, o título Tesouro IPCA + com vencimento em 2026 oferecia um prêmio real de 3,89% após o almoço, abaixo dos 3,92% do começo da manhã desta quinta-feira. Um dia antes, o papel também pagava juro real de 3,92%. Os prêmios dos títulos Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2035 e 2045, por sua vez, pagavam um juro real de 4,21%, contra 4,23% na primeira atualização do dia, o mesmo visto ontem.

Entre os títulos que acompanham a inflação com pagamento de juros semestrais, o Tesouro IPCA+ 2055 oferecia retorno real de 4,43% na atualização da tarde. Durante a manhã, o mesmo papel pagava um prêmio real de 4,44%, também abaixo dos 4,46% vistos ontem.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quinta-feira (29):

Radar local

Na agenda doméstica, as atenções estão voltadas para o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é comumente utilizado como base no reajuste de contratos de aluguel em todo o país. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o índice acelerou e ficou em 0,78% em julho deste ano na comparação com o mês anterior.

Com o resultado, o IGP-M avança 15,98% no ano e 33,83% em 12 meses.

De acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços, o avanço está ligado a efeitos sazonais, exportações e a alta acumulada nos preços das rações, que orientaram a aceleração do índice ao produtor. No âmbito do consumidor, os destaques foram a energia, com a alta de 5,87% na tarifa elétrica e de 4,05% no GLP.

Ainda entre os indicadores, o governo divulgou hoje dados sobre emprego. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apresentou que a geração formal de vagas acelerou no mês passado e ficou com um saldo positivo de 309.114 carteiras assinadas em junho. O resultado do mês passado decorreu de 1,601 milhão de admissões e 1,291 milhão de demissões. Um ano antes, a pandemia ajudou a promover o fechamento de 30.448 vagas com carteira assinada.

De acordo com as estimativas dos economistas consultados pelo Projeções Broadcast, o número veio bem acima do esperado, que previa a criação de 267.600 postos de trabalho em junho.

Também na agenda econômica, o Tesouro apresentou que as contas do Governo Central registraram déficit primário de R$ 73,553 bilhões em junho. O resultado – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o segundo pior desempenho para o mês da série histórica, que começou em 1997.

De acordo com analistas ouvidos pela Reuters, a expectativa era de um déficit de R$ 63,4 bilhões para junho deste ano. Um ano antes, as contas foram deficitárias em R$ 194,853 bilhões.

Ainda na agenda local, Paulo Guedes disse hoje, em coletiva de imprensa, que Onyx Lorenzoni vai manter a direção das políticas trabalhistas da equipe econômica ao assumir o comando do Ministério do Trabalho e Previdência. De acordo com o ministro, Onyx vai lançar iniciativa que prevê o pagamento de meio salário mínimo a jovens entre 16 e 26 anos que são treinados profissionalmente em uma jornada de quatro horas diárias. Os custos do programa devem ser divididos entre o governo, Sistema S e empresas.

Cenário internacional

Na cena global, o mercado repercute declarações do presidente do Fed, Jerome Powell. Ontem, ele afirmou à imprensa que, apesar de a economia dos Estados Unidos estar progredindo rumo a suas metas, ainda há um longo caminho antes de o banco central americano ajustar suas políticas expansionistas. Assim, o Fed manteve sua taxa de juros referencial próxima a zero.

O presidente do Fed afirmou: “Nós temos algum caminho a percorrer no que diz respeito ao mercado de trabalho (…) Acho que ainda estamos um pouco distantes de ter progresso substancial. Eu gostaria de ver alguns números fortes de emprego”.

Já na agenda de indicadores, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu à taxa anualizada de 6,5% no 2º trimestre de 2021 em relação aos três meses anteriores, de acordo com a primeira estimativa.

Os dados são do escritório de estatísticas do BEA (Bureau of Economic Analysis), do Departamento de Comércio do país divulgados nesta quinta-feira (29). O resultado ficou bem abaixo da alta de 8,5% projetada pelos economistas, segundo dados compilados pela Refinitiv.

Ainda na região, o número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos teve queda de 24 mil na semana encerrada em 24 de julho, a 400 mil, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho americano. O resultado da semana passada veio acima da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam 380 mil solicitações.

O total da semana anterior foi revisado para cima, de 419 mil para 424 mil pedidos. O número de pedidos continuados, por sua vez, apresentou avanço de 7 mil na semana encerrada em 17 de julho, a 3,269 milhões. Esse indicador é sempre divulgado com uma semana de atraso.

Já na zona do euro, o índice de sentimento econômico, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores avançou de 117,9 pontos em junho para 119 pontos em julho. Segundo a Comissão Europeia, esse foi o maior nível já registrado na história.

O resultado veio acima da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam alta do indicador a 118,9 pontos.

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