Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos sobem nesta sexta-feira

Troca no BB, avanço da Covid-19 no país e queda dos "treasuries" no EUA estão entre os destaques do dia na agenda do mercado

Lucas Bombana

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SÃO PAULO – Os títulos públicos negociados pelo programa Tesouro Direto, que operavam estáveis ou com altas moderadas das taxas na abertura dos negócios desta sexta-feira, passaram a subir com mais intensidade durante a tarde, em linha com a abertura dos prêmios das “treasuries” nos Estados Unidos.

Após registrarem queda mais cedo a 1,68% ao ano, os juros dos títulos públicos americanos voltam a subir e já batem 1,73%, o que fez os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq zerarem as altas e passarem a operar em terreno negativo.

No Tesouro Direto, entre os prefixados, o prêmio do papel com vencimento em 2024 era de 7,65% nesta tarde, contra 7,54% na sessão passada, enquanto o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2026 avançava de 7,93% para 8,10%.

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Entre os títulos atrelados à inflação, o papel com vencimento em 2026 pagava uma taxa real de 3,34%, ante 3,25% anteriormente. No caso do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030, o prêmio era de 3,65%, ante 3,54% na sessão passada.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta sexta-feira (19):

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Fonte: Tesouro Direto

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Mudança no BB

Entre os destaques do dia na agenda doméstica, investidores repercutem a renúncia de André Brandão, que não será mais presidente do Banco do Brasil (BBAS3). O governo indicou Fausto Ribeiro, atual diretor da BB Administradora de Consórcios ao cargo.

A saída de Brandão, que terá efeito a partir de 1º de abril, marca o desfecho de um desgaste do executivo com o presidente Jair Bolsonaro após o BB ter anunciado em janeiro um plano para fechar 361 agências e abrir um programa de demissão voluntária para 5.000 funcionários, com objetivo de economizar R$ 2,7 bilhões até 2025.

A mudança pode reforçar a percepção de investidores de ingerência do governo federal em estatais, cujas ações têm registrado grande volatilidade no mercado nas últimas semanas.

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Pelo 20º dia seguido, o Brasil bateu seu recorde na média móvel de mortes por Covid em 7 dias, com a marca de 2.096 na quinta-feira (18), alta de 47% em comparação com a média de 14 dias antes.

Segundo pesquisa Datafolha realizada por telefone com 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 e divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, 79% da população vê a pandemia como fora de controle. Em janeiro, eram 62%. Além disso, 55% relataram ter muito medo de contrair o vírus, contra 44% no levantamento anterior.

Queda dos juros nos EUA e vacinação na Europa

Na cena global, a sexta-feira é mercada pelo “Quadruple Witching“, nos Estados Unidos e na Europa, dia de vencimento simultâneo de contratos de opções, opções de índices, futuros de índices e futuros de ações, o que pode mexer com os volumes e a volatilidade em um dia com agenda sem tantos indicadores.

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Ainda no exterior, os rendimentos dos “treasuries”, os títulos públicos dos Estados Unidos, recuam a 1,69% ao ano após terem chegado a bater 1,75% no pregão anterior. A alta nos juros dos títulos pode sinalizar otimismo quanto à recuperação da economia, e perspectiva de aceleração da inflação.

No entanto, esse movimento tende a encarecer a tomada de empréstimos por empresas de rápido crescimento, como é o caso de muitas daquelas do setor de tecnologia.

Na Europa, diversos países anunciaram a retomada das campanhas de vacinação com o imunizante desenvolvido pela AstraZeneca, depois que a agência de medicamentos da UE (EMA) declarou que ela é “segura e eficaz”.

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Entre as nações que irão voltar a aplicar as doses do medicamento feito em parceria com a Universidade de Oxford estão Itália, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Holanda, Bulgária e Eslovênia. O Reino Unido, que já se manifestava a favor da manutenção da campanha, enfatizou seu posicionamento.