Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos acentuam movimento de alta na tarde desta terça-feira

Investidores acompanham as mudanças previstas no parecer prévio da reforma tributária apresentado agora à tarde pelo relator do PL

Bruna Furlani

(Getty Images)

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SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados no Tesouro Direto acentuaram o movimento de alta na tarde desta terça-feira (13) em relação às negociações do início do dia. No radar local, investidores estão de olho no relatório prévio apresentado agora à tarde pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA), relator da reforma tributária e que trouxe mudanças ao texto encaminhado pelo governo no fim de junho.

De acordo com o parecer preliminar de Sabino, um dos pontos é que os fundos imobiliários (FIIs) agora estariam isentos e haveria redução do IRPJ cobrado de empresas de todos os regimes tributários. A apresentação de um texto preliminar é vista nos bastidores como um gesto de boa vontade para dar continuidade ao debate e atende algumas demandas do mercado.

No Tesouro Direto, a taxa do título prefixado com vencimento em 2024 que paga juros semestrais avançava de 8,39% no começo das negociações de hoje para 8,49% na atualização após o almoço. Anteriormente, o mesmo título pagava 8,34%.

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Já os prêmios do título prefixado com vencimento em 2026 subiam de 8,78% no início da sessão para 8,89% nas negociações da tarde. Um dia antes, o mesmo papel oferecia retorno de 8,72%. Enquanto isso, as taxas pagas no mesmo horário pelo papel prefixado com vencimento em 2031 ofereciam retorno de 9,45%, contra 9,27% nas negociações de segunda-feira.

Entre os papéis com retornos atrelados à inflação, os prêmios dos títulos também subiam nas negociações da tarde de hoje. As taxas dos títulos do tipo Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2035 e 2045, por exemplo, pagavam juro real de 4,23% na atualização após o almoço, contra 4,20% no começo da manhã. Um dia antes, os mesmos títulos ofereciam juro real de 4,16%.

Os prêmios dos títulos indexados à inflação com vencimento em 2055 e juros semestrais, por sua vez, ofereciam um juro real de 4,39% durante a tarde. No começo da manhã, o mesmo papel pagava retorno real de 4,36%, contra 4,35% na sessão anterior.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (13):

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Radar local

Na agenda doméstica, as atenções estão nos dados divulgados hoje pelo IBGE para o setor de serviços. O volume de serviços cresceu 1,2% na passagem de abril para maio e superou, pela segunda vez este ano, o nível em que se encontrava antes da pandemia de Covid-19, em 0,2%. No ano, o setor acumula alta de 7,3% e nos últimos 12 meses registra queda de 2,2%.

A expectativa, segundo consenso Refinitiv, era de alta de 1,3% na comparação com abril e avanço de 22,6% na base anual.

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O mercado acompanha ainda a divulgação do parecer preliminar do deputado Celso Sabino (PSDB-PA), relator do projeto de lei que modifica a cobrança do Imposto de Renda para pessoas físicas, empresas e investimentos (PL 2337/2021).

Um dos pontos do PL 2337/2021 institui a tributação de pessoas físicas investidoras dos FII em 15% sobre todos os rendimentos e ganho de capital recebidos. Em seu parecer preliminar, o relator refez a desoneração desta modalidade de investimento, como ocorre com CRIs, CRAs, LCIs e LCAs. A notícia impactou positivamente o Ifix, o principal índice de referência dos fundos imobiliários, que subia 0,93%, cotado a 2.824 mil pontos, por volta das 16h.

Outro destaque do parecer está na redução do IRPJ cobrado de empresas de todos os regimes tributários. A alíquota, que hoje é de 15%, será reduzida para 5% em 2022 e para 2,5% a partir de 2023. A versão original encaminhada pelo governo estabelecia alíquota final de 10%. Saiba mais sobre as mudanças propostas no texto do relator aqui. 

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Investidores também estão de olho na notícia de que o presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos a lei que abre caminho para a privatização da Eletrobras e que prevê a contratação compulsória de térmicas a gás natural e outras fontes. Ao todo, foram 14 vetos.

Um deles faz referência a um artigo que determinava que o Poder Executivo aproveitasse empregados da Eletrobras e de suas subsidiárias demitidos sem justa causa durante os 12 meses subsequentes à desestatização. Bolsonaro também vetou o artigo que definia que a diretoria do Organizador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deveria ser aprovada pelo Senado Federal.

Na visão de analistas, os pontos vetados pelo presidente à MP de privatização são positivos, mas politicamente sensíveis. Segundo a equipe da XP, entre os pontos estão a obrigatoriedade de sabatina pelo Senado para a indicação da diretoria do ONS, além da exigência de aproveitamento pelo Executivo de servidores demitidos sem justa causa. Os vetos precisam ainda passar por análise pelo Congresso, que pode derrubá-los com o voto de 41 dos 81 senadores e de 257 dos 513 deputados.

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Os agentes repercutem ainda matéria publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo que diz que o uso de termelétricas deve custar R$ 13,1 bilhões até novembro deste ano aos consumidores. A despesa bilionária será embutida nas tarifas de energia no próximo ano. O governo acionou as termelétricas porque há escassez nos reservatórios das principais hidrelétricas.

Cenário internacional

Na agenda externa, o Departamento do Trabalho divulgou que a inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos ficou em 0,9% em junho na comparação com maio. Já na comparação anual, o indicador avançou 5,4%, no maior valor desde 2008.

De acordo com consenso Refinitiv, a expectativa era de avanço de 0,5% na base mensal e de 4,9% na comparação anual. O mercado monitora com preocupação o avanço da inflação nos Estados Unidos, já que isso pode fazer com que o Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), que é o banco central americano, tenha que subir os juros antes do que estava previsto. Na visão de Jerome Powell, presidente do Fed, contudo, o avanço da inflação é “transitório”.

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No último comunicado, por exemplo, os dirigentes do banco central americano mostraram que seguem vendo a inflação tendendo para 2% no longo prazo, embora tenham elevado a expectativa de inflação em um ponto percentual.

Já na China, a Administração Geral Aduaneira do país informou que as exportações do gigante asiático registraram aumento anual de 32,2% em junho. O resultado surpreendeu analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, que apontavam para alta de 23,2%.

As importações, por sua vez, avançaram 36,7% no sexto mês do ano, ante expectativa de 25,6%. O superávit da balança chinesa somou US$ 51,5 bilhões. Analistas estimavam US$ 45,5 bilhões.

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