Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos sobem nesta quarta-feira

Investidores monitoraram impasse no Orçamento de 2021 e falas de Bolsonaro sobre Petrobras, no Brasil, enquanto reagiram à ata do Fomc, nos EUA

Mariana Zonta d'Ávila

(Rmcarvalho/Getty Images)

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SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados no Tesouro Direto apresentavam alta na tarde desta quarta-feira (7), em especial os prefixados, em meio ao impasse no Orçamento de 2021 e após declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a Petrobras.

O papel com retorno prefixado e vencimento em 2024 pagava uma taxa anual de 8,30%, ante 8,21% na tarde de terça-feira (6). Da mesma forma, o juro real pago pelo Tesouro Prefixado 2026 subia de 8,80% para 8,89% ao ano.

Entre os papéis com retornos indexados à inflação, o título com prazo em 2035 pagava um prêmio real de 4,12% ao ano nesta tarde, ante 4,11% na última sessão. Já o juro real pago pelo Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2040 era de 4,27%, contra 4,26% anteriormente.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quarta-feira (7):

Fonte: Tesouro Direto

Orçamento de 2021

No Brasil, as atenções recaíram novamente sobre as discussões acerca do Orçamento de 2021.

De acordo com o jornal Valor Econômico, o Legislativo acena com corte de R$ 13,5 bilhões em emendas, mas esperam um “gesto concreto” de Paulo Guedes, ministro da Economia, para superar o impasse.

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Isso porque o Orçamento não destina recursos suficientes para despesas obrigatórias, e ampliou os gastos com defesa, forças de segurança e emendas parlamentares destinadas a obras nos redutos eleitorais de congressistas. Caso permaneça como está, haveria risco de paralisação da máquina pública.

Com isso, o Ministério Público apresentou um pedido junto ao Tribunal de Contas da União para que a corte faça um alerta preventivo de possíveis crimes de responsabilidade fiscal e comum que podem ser cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro em caso de sanção da peça orçamentária deste ano, recém-aprovada pelo Congresso Nacional.

Enquanto segue o impasse sobre o tema, o governo decidiu enviar um projeto de lei ao Congresso para flexibilizar um trecho da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e dar segurança à reedição do Benefício Emergencial para manutenção de emprego e renda (BEm).

Já a Câmara aprovou ontem o texto principal do projeto de lei que flexibiliza as regras para a aquisição e aplicação de vacinas contra a Covid-19 por empresas privadas.

Ainda no âmbito político, investidores repercutiram as falas de Bolsonaro nesta quarta sobre a política de preços da Petrobras.

Ele afirmou que o aumento do preço do gás anunciado pela estatal nesta semana, de 39%, é “inadmissível” e, apesar de dizer que não irá interferir na estatal, afirmou que a política de preços da empresa pode mudar.

No noticiário de coronavírus, o Brasil superou ontem pela primeira vez a marca de 4 mil mortes por Covid-19 em um único dia,com o recorde de 4.165 óbitos, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 336.947, informou o Ministério da Saúde.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou por telefone, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a possibilidade de liberação da vacina Sputnik V para compra pelo Brasil.

O governo planeja a compra de 10 milhões de doses da vacina russa, que será fabricada no Brasil pelo laboratório União Química, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu, há cerca de 10 dias, os prazos do pedido de uso emergencial por falta de documentos.

Por fim, entre os indicadores domésticos, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 2,17% em março, após um avanço de 2,71% em fevereiro. Com o resultado, o índice acumulou inflação de 7,99% no primeiro trimestre do ano, com avanço de 30,63% em 12 meses.

Ata do Fomc

Na cena global, investidores repercutiram a ata da última reunião do Federal Open Market Commitee (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Segundo os dirigentes do banco central americano, o ritmo de compras de ativos não deve sofrer mudança tão cedo, enquanto a autoridade monetária busca atingir suas metas econômicas. O documento indica que, embora as autoridades tenham visto a economia ganhando força, eles veem a necessidade de muito mais progresso antes de fazerem mudanças nas políticas.

Os desdobramentos sobre o pacote de infraestrutura de US$ 2,25 trilhões promovido pelo presidente americano Joe Biden também seguiram no radar do mercado, com divergências inclusive entre integrantes de seu próprio partido sobre o programa.

Os mercados reagiram ainda à decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de elevar sua perspectiva de crescimento para a economia global em 2021, dos 5,5% estimados em janeiro para 6%.

Ontem, o FMI afirmou que “um caminho saindo dessa crise de saúde e econômica é cada vez mais visível”. Mas alertou sobre “grandes desafios”, devido ao ritmo variado de distribuição de vacinas pelo mundo.

Atenção ainda para os dados econômicos da zona do euro. O índice PMI Composto Markit relativo a março marcou 53,2 pontos, acima da expectativa de analistas, de 52,5 pontos, e do patamar anterior, de 48,8 pontos.

O PMI do setor de serviços em março marcou 49,6 pontos, acima da projeção de 48,8 pontos, e do patamar anterior, de 45,7 pontos. Qualquer patamar acima de 50 indica expansão; abaixo, retração.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel apoiou os pedidos para um lockdown curto e mais rígido no país para conter a disseminação do coronavírus, em um momento em que a taxa de infecção no país está elevada.

A Alemanha está sofrendo para combater uma terceira onda da pandemia de Covid-19 e vários líderes regionais pediram um lockdown curto e rígido enquanto o país tenta vacinar mais pessoas.

“Todos os pedidos por um lockdown curto e uniforme estão corretos”, disse a vice-porta-voz do governo, Ulrike Demmer, a jornalistas, acrescentando que a Alemanha está vendo um número crescente de pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).