Tesouro Direto: taxas de títulos públicos viram para queda nesta quarta-feira

Investidores monitoraram risco fiscal no Brasil, decisão de juros nos EUA e dados econômicos globais

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto viraram para queda na tarde desta quarta-feira (27), após subirem pela manhã com os investidores repercutindo discussões fiscais no Brasil.

O título prefixado com vencimento em 2026 pagava um prêmio anual de 7,17%, ante 7,22% na tarde de ontem.

O juro pago pelo mesmo papel com juros semestrais e prazo em 2031, por sua vez, cedia de 7,78% para 7,73% ao ano.

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Entre os indexados à inflação, o papel com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 2,86% nesta tarde, contra 2,88% na sessão anterior. Já o Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055 oferecia um prêmio de 4,07% ao ano – o mesmo pago anteriormente.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quarta-feira (27):

Fonte: Tesouro Direto

Coronavírus e risco fiscal

Na cena doméstica, a equipe econômica já prepara planos para colocar em prática o pagamento de um novo auxílio emergencial, caso a piora da pandemia e a pressão pelo benefício continuem, segundo o jornal Valor Econômico.

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A pasta é, no entanto, contrária à medida. Uma das alternativas em estudo é reduzir o número de beneficiários e oferecer um valor menor, de R$ 200, por três meses.

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Guedes diz que auxílio emergencial pode voltar em caso de piora da pandemia, mas com bloqueio de gastos

De acordo com a reportagem, os gastos seriam encaixados como crédito extraordinário, o que os deixaria fora do teto de gastos. Mas, para isso, o Congresso precisaria aprovar a desindexação dos gastos da União, adotar o congelamento nominal de despesas e proibir reajustes a servidores.

Durante painel do Onde Investir 2021, especialistas da Tendências, da XP e da Verde Asset afirmaram nesta terça-feira (26) que a discussão do fiscal e a dificuldade do país em iniciar as campanhas de vacinação em larga escala tornam o ambiente doméstico de curto prazo extremamente desafiador.

Para o economista-chefe da XP, Caio Megale, caso o governo identifique de fato a necessidade de uma prorrogação da ajuda financeira, é importante que ela seja menos abrangente do que foi em 2020, e que venha acompanhada de medidas compensatórias para controlar a trajetória da dívida pública. Leia mais aqui.

No noticiário de coronavírus, a Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou ontem os três primeiros casos no Estado da nova variante da Covid-19 identificada inicialmente no Amazonas. Cientistas afirmam que ela pode ter maior potencial de transmissão.

Também ontem, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que a alta de casos no início do ano “foi uma situação completamente desconhecida para todo mundo”, e a atribuiu à nova variante do coronavírus.

Pazuello é alvo de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, que determinou a instauração de um inquérito para investigar sua conduta durante a crise sanitária no Amazonas. A Polícia Federal já foi notificada e deve instaurar o inquérito.

Cena externa

No âmbito internacional, os mercados seguiram no aguardo hoje pela decisão de juros do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

Não deve haver mudança na polícia monetária do Fed, mas os investidores estarão atentos ao tom da análise do cenário macroeconômico atual, que pode dar pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária.

Na China, os lucros industriais cresceram 20,1% em dezembro na comparação com novembro, segundo o Escritório Nacional de Estatística da China. O ritmo de crescimento acelerou na comparação com novembro, quando a expansão foi de 15,5%.

Já na Alemanha, o índice de confiança do consumidor deve sofrer forte queda de janeiro para fevereiro, de -7,5 pontos para -15,6 pontos, segundo projeção do instituto GfK.

A estimativa de queda é maior que a esperada por analistas consultados pelo Wall Street Journal, de -7,8 pontos, e sugere expressiva deterioração da confiança na maior economia da Europa, em meio à segunda onda de infecções pela Covid-19, que forçou vários países da região a retomar medidas de lockdown.

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