Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos avançam com IGP-M, commodities e cautela no cenário internacional

As taxas dos títulos públicos sobem na tarde desta quarta-feira (30), títulos prefixados e atrelados à inflação apresentam rentabilidades maiores.

Cristiane Quartalori, economista do Banco Ourinvest, explica que o movimento de alta hoje acompanha a surpresa altista na inflação com a divulgação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que embora veio abaixo do que o mês de fevereiro, o indicador ainda está acima do teto das projeções.

O IGP-M arrefeceu a 1,74% em março, após alta de 1,83% no mês passado. No ano de 2022, o indicador acumula alta de 5,49%. Segundo Cristiane, isso abre a possibilidade para o Banco Central mudar de tom sobre um possível aumento na Selic na próxima reunião do Copom.

“Não acredito que isso vai acontecer, porque não é um número que vai fazer o Banco Central mudar de ideia, mas é um indicador que acaba mexendo nas taxas de juros”, aponta.

A economista também destaca a alta nos preços das commodities, que no futuro podem também acabar pressionando a inflação.

Por volta das 16h, os contratos futuros do petróleo Brent e WTI subiam, com o barril sendo negociado a US$ 110,98 e US$ 107,50, respectivamente.

No cenário internacional, a dificuldade de um acordo entre Rússia e Ucrânia acaba aumentando a cautela no mercado, com os investidores cada vez menos otimistas.

Dentro do Tesouro Direto, o título prefixado de curto prazo era o que experimentava a maior alta entre as taxas. O Tesouro Prefixado 2025 oferecia uma rentabilidade anual de 11,56%, superior aos 11,31% vistos ontem.

Enquanto o Tesouro Prefixado 2029 e o Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, apresentavam um retorno anual de 11,60% e 11,73%, respectivamente acima dos 11,45% e 11,59% registrados na terça-feira (29).

Nos títulos atrelados ao IPCA, a maior alta era o Tesouro IPCA+ 2026. O título atrelado à inflação oferecia uma rentabilidade real de 5,15% às 15h21, superior aos 5,03% vistos ontem.

As taxas do Tesouro IPCA+ 2032, com juros semestrais, também subiam. O título apresentava um retorno real de 5,42% na última atualização desta quarta-feira (30), acima dos 5,37% da sessão anterior.

As taxas dos outros títulos atrelados ao IPCA avançam entre 3 e 4 pontos-base, enquanto as taxas dos títulos públicos com vencimento em 2035 e 2045 operam com estabilidade.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta quarta-feira (30): 

IGP-M

Na agenda econômica, investidores monitoram dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que subiu 1,74% em março, ante 1,83% no mês anterior. Os números são da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Com esse resultado o índice acumula alta de 5,49% no ano e de 14,77% em 12 meses. Em março de 2021, o índice havia subido 2,94% e acumulava alta de 31,10% em 12 meses.

De acordo com a FGV, a alta foi puxada especialmente pelo aumento dos combustíveis, além do trigo.

Recorde no Tesouro Direto

Impulsionado pela maior atratividade da renda fixa com o avanço dos juros para patamares de dois dígitos, o número de investidores ativos no Tesouro Direto chegou à marca de quase 1,9 milhão em fevereiro deste ano.

Trata-se do maior número de investidores posicionados na série histórica, que começou em agosto de 2005. Os dados estão disponíveis no Balanço do Tesouro Direto.

De acordo com o órgão, o número representa um aumento de 26,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação a janeiro, houve o registro de mais de 35 mil novos investidores ativos.

Radar externo

Os Estados Unidos darão à Ucrânia US$ 500 milhões em ajuda orçamentária.

O acerto foi feito em conversa telefônica entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Os dois falaram por quase uma hora sobre os esforços contínuos dos EUA e seus aliados para fornecer assistência militar, econômica e humanitária à Ucrânia, de acordo com a Casa Branca.

Zelensky anunciou em uma rede social a conversa: “acabei de terminar uma conversa de uma hora com Joe Biden. Avaliação compartilhada da situação no campo de batalha e na mesa de negociações. Falamos sobre apoio de defesa específico, um novo pacote reforçado de sanções, ajuda macrofinanceira e humanitária”.

Petrobras

‘Não vai mudar nada’, diz vice-presidente da República, Hamilton Mourão, sobre novo indicado para comando da Petrobras.

Mourão, afirmou hoje que a atuação da Petrobras deve ser mantida como está, mesmo após o governo federal indicar Adriano Pires para a presidência da estatal no lugar de general Silva e Luna.

“Esse novo presidente da Petrobras que vai ser nomeado, o Adriano Pires, se você ler tudo que ele escreve, vai continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes, não vai mudar nada”, afirmou Mourão, na chegada ao Palácio do Planalto.

“A Petrobras é uma empresa com ação em bolsa, tem conselho de administração, tem toda uma governança. Ela não pode voltar aos fatos que ocorreram durante o governo do PT”, acrescentou.