Tesouro Direto: taxas de títulos públicos curtos caem nesta quinta-feira após corte da Selic

Copom reduz taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual e sinaliza novo corte na próxima reunião, em junho

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto com vencimentos mais curtos apresentam queda na tarde desta quinta-feira (7), após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) surpreender boa parte dos economistas na noite de ontem e cortar a Selic em 0,75 ponto percentual, levando a taxa básica de juros para o piso histórico de 3% ao ano. A expectativa era por um corte de 0,50 ponto.

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No comunicado, o BC afirmou que optou por uma “provisão de estímulo mais moderada, com o benefício de acumular mais informação até sua próxima reunião”, em junho, e destacou que considera um “último ajuste, não maior do que o atual”, de forma a complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19.

Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de política monetária do Banco Central e hoje presidente da gestora Mauá Capital, diz que a autoridade monetária deve voltar a cortar a Selic em 0,75 ponto percentual ou 0,5 ponto percentual em sua próxima reunião, levando a Selic para mais perto de 2% ao ano, o que seria ideal para o cenário atual, na visão da Mauá.

“Eu iria para próximo de 2% muito mais rapidamente. Mesmo sendo mais agressivo, o BC ainda está com uma postura mais cautelosa”, afirmou em live realizada ontem, após a decisão do Copom.

Em relatório, o Itaú Unibanco afirma que seria necessário um agravamento ainda mais intenso da situação fiscal e um nível ainda mais depreciado da taxa de câmbio para impedir que o Copom repita em junho a decisão de ontem. “Esperamos que o BC leve a taxa Selic para 2,25% a.a. em sua próxima reunião, patamar que deve ser mantido até o fim do ano”, escreve o banco.

Já o Bradesco destaca o tom mais “dovish” (favorável a juros baixos) da autoridade monetária e vê a decisão com cautela por ora, “uma vez que os esforços fiscais para combater a pandemia também estão se mostrando maiores do que esperados e qualquer desconfiança em relação à continuidade da consolidação fiscal no Brasil poderia ter impacto nas taxas de longo prazo”.

Mercados hoje

Por volta das 16h20, o Ibovespa apresentava queda de 0,5%, aos 78.740 pontos, enquanto o dólar se valorizava em 2,72%, cotado a R$ 5,85.

No Tesouro Direto, o título com retorno prefixado e vencimento em 2023 pagava uma taxa de 4,58% ao ano nesta tarde, ante 4,75% a.a. na quarta-feira (6). O juro do papel com prazo em 2026, por sua vez, cedia de 7,08% para 7,04% ao ano.

Entre os papéis com vencimentos mais longos, contudo, o movimento era de alta nos prêmios. O Tesouro IPCA+com juros semestrais 2055 oferecia uma taxa anual de 4,45%, frente ao prêmio de 4,44% a.a. anteriormente. Já a taxa do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2040 subia de 4,35% para 4,36% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta quinta-feira (7):

Fonte: Tesouro Direto

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Noticiário

Ainda no ambiente doméstico, a atenção recaiu hoje sobre a aprovação no Senado do auxílio de até R$ 125 bilhões a estados e municípios. Agora, a lei vai para a sanção presidencial. Os senadores recusaram a emenda dos deputados que alteraria um dos critérios de distribuição de recursos entre os Estados, mas confirmaram parte de outra emenda da Câmara que atinge as contrapartidas impostas, ampliando as categorias de servidores que não terão salários congelados.

Também foi aprovada ontem a PEC do chamado “Orçamento de Guerra”; todos os destaques foram rejeitados e o texto vai à promulgação. O Banco Central poderá comprar e vender títulos do Tesouro Nacional, nos mercados secundários local e internacional, e também direitos de crédito e títulos privados no âmbito de mercados secundários nos setores financeiro, de capitais e de pagamentos.

Já no ambiente externo, mercados monitoraram o abrandamento das quarentenas impostas na Alemanha e na Grã Bretanha, bem como os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos referentes à semana passada, que somaram 3,17 milhões, levemente acima da expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que apontava para 3 milhões de requisições do benefício.

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