Tesouro Direto: taxas de títulos públicos operam sem tendência definida nesta terça-feira

Alta da taxa Selic pelo Copom, troca no ministério da Saúde e avanço da Covid-19 estão entre os principais temas do dia na agenda doméstica

Lucas Bombana

(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados pelo programa Tesouro Direto operam sem uma clara tendência definida na tarde desta terça-feira. Os títulos prefixados têm queda dos prêmios, enquanto os indexados à inflação inverteram a tendência da manhã e passaram a subir durante a tarde.

Nesta terça-feira teve início a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A expectativa majoritária no mercado é por uma alta de 0,50 ponto percentual a ser anunciada amanhã no término do encontro, o que deve levar a taxa Selic para 2,5% ao ano.

Entre os prefixados, o prêmio do papel com vencimento em 2024 era de 7,50% nesta tarde, contra 7,54% no fechamento de ontem. Da mesma forma, o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2026 recuava de 8,01% para 7,96%.

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Entre os títulos atrelados à inflação, o papel com vencimento em 2026 pagava uma taxa real de 3,17%, ante 3,14% no último fechamento. No caso do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030, o prêmio era de 3,52%, ante 3,49% na sessão passada.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta terça-feira (16):

16.03-td-15h22.jpg (740×524)

Fonte: Tesouro Direto

Continua depois da publicidade

Copom mais agressivo e troca na Saúde

Entre os destaques do dia na agenda doméstica, os investidores aguardam a decisão do Copom, que anuncia nesta quarta-feira o próximo rumo da taxa básica de juros.

Em linha com os pares do mercado, que no relatório Focus desta semana passaram a prever alta de 0,50 ponto percentual da Selic amanhã, a equipe de análise do Goldman Sachs avalia que, diante dos últimos acontecimentos macroeconômicos no país, a taxa deve ser elevada para 2,50% nesta semana.

O banco americano revisou a projeção para a taxa básica de juros de 3,5% para 4,75% em dezembro de 2021, e de 5,25% para 6% no fim do próximo ano.

“Desde a última reunião do Copom, a pandemia da Covid-19 se deteriorou significativamente, a inflação tem estado sob pressão, as expectativas de inflação subiram, e as condições financeiras ficaram mais apertadas (com aumento das taxas dos títulos públicos de longo prazo)”, diz o relatório assinado por Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs. “No geral, o cenário macroeconômico se tornou mais incerto e com um perfil de risco mais pronunciado”, aponta o documento.

Na cena política, destaque para a escolha do cardiologista Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde do governo Bolsonaro. Queiroga é o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, próximo da família Bolsonaro, em especial do senador Flávio Bolsonaro.

Jair Bolsonaro afirmou que haverá uma transição de “uma ou duas semanas” entre o atual ministro, general Eduardo Pazuello, e seu sucessor. O presidente anunciou a mudança após o nome de Pazuello ser alvo de pressão de congressistas, insatisfeitos com a condução da pandemia.

Ainda na segunda-feira, o Congresso Nacional promulgou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que impõe medidas de ajuste em caso de desequilíbrio fiscal. Ela prevê que o governo gaste até R$ 44 bilhões com o novo auxílio emergencial, não contabilizados nas regras fiscais. O benefício deve começar a ser pago a partir de abril, após a promulgação pelo presidente de uma Medida Provisória.

Além disso, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, a nova rodada do programa que permite a empresas cortarem jornada e salário e suspender contratos de trabalho deve ter custo total de entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões para o governo. A estimativa considera entre 2,7 milhões e 3 milhões de acordos firmados entre patrões e empregados.

No noticiário relativo ao avanço do coronavírus, o país registrou ontem (15) o 20º dia seguido de recorde no número de mortes por Covid-19, segundo a média móvel de sete dias divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O boletim Monitora Covid da Fiocruz mostra que a média de óbitos chegou a 1.841.

A média está 69,5% acima do número de um mês antes (1.086 óbitos) e é 50,3% superior ao registrado 14 dias antes (1.225). Na comparação com o pico de 2020, que ocorreu em 25 de julho, quando atingiu a marca de 1.096 mortes, o crescimento chegou a 67,9%.

Destaques internacionais

Na cena global, assim como no Brasil, a atenção dos investidores está voltada para a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, o equivalente ao Copom local, e eventuais sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre os rumos para a politica monetária.

Na segunda-feira, os índices Dow Jones e S&P 500 renovaram máximas históricas em meio às expectativas positivas com a reabertura da economia americana, embora ainda haja temores relacionados à alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos.

Será importante acompanhar na quarta-feira (17) o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, posterior à decisão do Fomc, para saber como o banco central dos EUA está enxergando esse rali nos treasuries, que operam com juros de 1,6% ao ano.

Há semanas, os rendimentos de títulos do Tesouro americano com vencimento em dez e 30 anos vêm aumentando, sinalizando a expectativa de recuperação da economia e alta da inflação.

Ainda no exterior, as três maiores economias da União Europeia – Alemanha, Itália e França – suspenderam a vacinação com o imunizante desenvolvido pela parceria entre AstraZeneca e Universidade de Oxford, após relatos de coágulos sanguíneos surgirem entre pessoas que haviam utilizado a vacina.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) insiste que a vacina é segura, que não foi encontrada uma associação entre a imunização e o surgimento de coágulos.

De toda forma, mais de 20 países já suspenderam a aplicação da vacina da Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. Suécia e Letônia anunciaram nesta terça-feira (16) a suspensão da vacinação. As informações são do canal de notícias Al Jazeera.