Taxas dos títulos públicos no Tesouro Direto têm forte alta nesta tarde

Aversão ao risco aumenta diante do avanço da Covid-19 e de seu consequente impacto negativo para a recuperação da economia

Lucas Bombana

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Em um início de semana de forte volatilidade, que contou com a suspensão das negociações pela manhã, as  taxas dos títulos públicos no Tesouro Direto operam em alta na tarde desta segunda-feira.

Entre os prefixados, o prêmio do papel com vencimento em 2024 era de 7,84%, contra 7,65% no fechamento de sexta-feira. No caso do Tesouro Prefixado 2026, a taxa era de 8,31%, ante 8,10% no último fechamento.

Entre os títulos atrelados à inflação, o papel com vencimento em 2026 pagava uma taxa real de 3,52%, contra 3,34% na sexta-feira. Já no Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030, o prêmio era de 3,86%, ante 3,65% no fechamento passado.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta segunda-feira (22) de maior aversão ao risco pelo avanço da Covid-19:

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Fonte: Tesouro Direto

Focus e Covid-19

Entre os destaques do dia na agenda doméstica, após o Banco Central (BC) iniciar na semana passada o ciclo de alta da taxa básica de juros com uma intensidade acima das previsões da maior parte do mercado, os agentes econômicos passaram a prever no relatório Focus desta semana a Selic no patamar de 5% ao ano no fim de 2021.

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Em alta pela segunda semana seguida, a projeção anterior apontava para uma taxa de juros de 4,5% em dezembro.

Para 2022, a estimativa também subiu, e a previsão dos investidores agora é que o BC leve a taxa Selic para 6% ao fim do ano que vem, ante 5,5% na projeção prévia.

O aperto monetário mais forte tem relação com a crescente pressão inflacionária esperada para os próximos meses.

Em alta há 11 semanas, a projeção do mercado compilada no Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aponta agora inflação de 4,71% em 2021, contra 4,60%, no levantamento anterior, e 3,82%, há quatro semanas.

Antes do início das revisões para cima, o mercado esperava uma alta de 3,32% do índice de preços, depois da inflação de 4,52% registrada em 2020.

A meta do BC para a inflação em 2021 é de 3,75%, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.

No noticiário relativo ao avanço do coronavírus no país, pelo 23º dia seguido, o Brasil bateu no domingo (21) seu recorde na média móvel de mortes por Covid em sete dias, com a marca de 2.255 falecimentos, alta de 46% em comparação com a média de 14 dias antes.

Até domingo, 11.805.991 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a covid no Brasil, o equivalente a 5,58% da população. A segunda dose foi aplicada em 4.160.093 pessoas, ou 1,96% da população. Analistas vêm apontando a velocidade da imunização como um dos fatores a influenciarem a retomada da economia.

Destaque internacional

Na cena global, a atenção dos investidores se volta para a Turquia, onde o presidente Tayyip Erdogan substituiu o presidente do banco central de perfil mais “hawkish” (favorável a usar a política monetária para conter a inflação), Naci Agbal, por Sahap Kavcioglu, professor universitário crítico a altas nos juros.

A lira turca chegou a desabar 15% com a intervenção, mas reduziu perdas depois que o ministro das Finanças da Turquia, Lutfi Elvan, assegurou que o país continuará seguindo as regras do mercado. A decisão de Erdogan criou um clima geral de aversão a risco em emergentes.

Na Europa ainda há preocupações a respeito de uma terceira onda do coronavírus. Com isso, as ações das empresas que mais se beneficiam de um ciclo de reabertura da economia, como da IAG, empresa dona da British Airways, ou da operadora de viagens Tui, operam em queda na manhã desta segunda-feira.