Tesouro Direto: queda dos títulos públicos se aproxima dos 4%, em fevereiro, e dos 10%, no ano

Aumento da aversão a risco afeta em cheio o mercado de títulos ofertados pelo governo federal

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – O aumento das preocupações de investidores no Brasil não só levou à Bolsa a fechar fevereiro no campo negativo, como se refletiu nos preços do mercado de títulos do governo, com quedas que se aproximaram dos 4% no período.

Os papéis negociados por meio do Tesouro Direto, programa de compra e venda de títulos públicos pelo investidor pessoa física, registraram queda de preços (e consequente aumento das taxas) no mês passado, considerando todos os ativos disponíveis atualmente para compra pelo sistema.

As discussões sobre a volta do pagamento de um auxílio emergencial pelo governo despertaram mais uma rodada de tensões com o aspecto fiscal, e a ingerência federal no comando da presidência da Petrobras, ao fim do mês, contribuiu para o ambiente mais incerto, em meio a uma economia ainda fora da normalidade, diante da epidemia de coronavírus.

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Na cena externa, o rali nos rendimentos dos títulos de dez anos do Tesouro americano estimulou ainda as preocupações em relação à perda de atratividade da renda variável, uma vez que os ativos mais seguros do mundo aumentaram rapidamente os juros pagos.

Com um movimento generalizado de queda dos preços, o papel Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045 liderou as perdas do Tesouro Direto em fevereiro, com baixa de 3,80%. O Ibovespa, principal índice da B3, caiu 4,37% e o CDI, referencial das aplicações de renda fixa, teve variação de 0,13%.

Em 2021, as perdas no Tesouro chegam a 9,9%, lideradas pelo mesmo título. O Tesouro Prefixado com juros semestrais e vencimento em 2031 ainda acumula queda de 8,7% nos dois primeiros meses deste ano.

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No intervalo de 12 meses, o papel Tesouro IPCA+ 2045 cai 5,8%, enquanto, na direção oposta, o mesmo papel com vencimento em 2026 registra valorização de 4,5%.

Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em fevereiro, assim como no bimestre e em 12 meses. O único papel não considerado no levantamento foi o Tesouro Selic, dado que seu retorno segue a variação da Selic, portanto, sem grandes oscilações diárias.

Vale lembrar que os preços dos papéis oscilam diariamente. Desta forma, o investidor só garante essas rentabilidades dos títulos públicos se decidir vender os títulos hoje, portanto antes das respectivas datas de vencimento. Se preferir carregar os papéis até os prazos finais, o retorno do investidor vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.

Único papel da lista sem registro de variações de preços no ano e em 12 meses, o Tesouro Prefixado 2024 passou a ser ofertado no Tesouro Direto em fevereiro, ao lado do Tesouro Selic 2024 e do Tesouro Selic 2027. Os três substituíram os títulos Tesouro Prefixado 2023 e Tesouro Selic 2025.

Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.