Tesouro Direto: maior parte dos títulos públicos encerra fevereiro com alta dos prêmios

Destaque ficou com papéis com retornos prefixados, como o Tesouro Prefixado com vencimento em 2022, cuja rentabilidade aumentou 0,56% no mês passado

Beatriz Cutait

SÃO PAULO – Em meio ao estresse que tomou conta dos mercados no fim de fevereiro, diante do crescimento das preocupações dos efeitos do coronavírus sobre o crescimento global, a maior parte dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, disponíveis ou não para compra atualmente, encerraram o mês de fevereiro com leve alta dos prêmios.

O destaque do período ficou com papéis com retornos prefixados, como o Tesouro Prefixado com vencimento em 2022, cuja rentabilidade aumentou 0,56% no mês passado. Na direção oposta, alguns papéis com rendimentos atrelados à inflação tiveram perdas, com destaque para o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais com vencimento em 2050, com baixa de 2,26% em fevereiro.

No início do último mês, a taxa básica de juros foi reduzida pela quinta vez consecutiva, de 4,50% para 4,25% ao ano – o menor patamar da história. Embora as preocupações do impacto do coronavírus sobre a economia global tenham se intensificado, por ora, as expectativas apontam para juros estáveis ao longo do restante deste ano. Já para 2021, economistas consultados pelo Banco Central no relatório Focus reduziram a previsão para o aumento da Selic, de 6,0% para 5,75% ao ano em dezembro.

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Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em fevereiro, assim como no bimestre e em 12 meses. O único papel não considerado no levantamento foi o Tesouro Selic, dado que seu retorno segue a variação da Selic, portanto, sem grandes oscilações diárias.

Vale ainda lembrar que o Tesouro alterou o rol de papéis ofertados atualmente.

Entre os títulos prefixados, os com vencimento em 2022 e 2025 foram substituídos pelos com prazos em 2023 e 2026, enquanto o papel com juros semestrais e vencimento em 2029 deu lugar ao mesmo título com prazo em 2031.

Houve mudança ainda no grupo de papéis com retornos indexados à inflação. Caso do Tesouro IPCA+2024 e dos papéis com juros semestrais e vencimentos em 2026, 2035 e 2050, que foram trocados, respectivamente, pelo Tesouro IPCA+2026, e pelo Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030, 2040 e 2055.

Os preços dos papéis oscilam diariamente. Desta forma, o investidor só garante essas rentabilidades dos títulos públicos se decidir vender o papel hoje, portanto antes das respectivas datas de vencimento. Se preferir carregar os papéis até os prazos finais, o retorno do investidor vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.