Crédito privado: após turbulência em 2019, gestores defendem que o pior ficou para trás

Para Pedro Sternick (AF Invest), Renato Jerusalmi (JGP) e Fausto Filho (XP), momento é favorável para captar bons retornos nos papéis de crédito privado

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – Passado um fim de ano um tanto quanto turbulento para o mercado de crédito privado, gestores começam 2020 com mais otimismo, defendendo que o pior não só ficou para trás, como trouxe, além de aprendizado, oportunidades.

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No evento de melhores fundos do Brasil premiados pelo ranking InfoMoney-Ibmec 2020, os gestores dos fundos de crédito privado Pedro Sternick (AF Invest), Renato Jerusalmi (JGP) e Fausto Filho (XP) defenderam que o movimento de abertura dos spreads, isto é, de aumento das taxas e queda dos preços dos títulos, foi “100% técnico” e não passou de uma correção natural do mercado.

Segundo os gestores, a queda de rentabilidade ficou para trás e é tida até como saudável: “Ela mostrou para o investidor que [o crédito privado] não é uma classe prefixada, sem volatilidade, e que não deve ser utilizada como reserva de emergência”, disse o Sternick, da AF Invest.

Ele destacou que hoje as taxas oferecidas estão muito mais interessantes em relação ao risco das companhias do que estavam no primeiro semestre de 2019, e assinalou que ainda há espaço para captar bons retornos. Entre os motivos, Sternick citou a ausência dos bancos públicos e do BNDES no financiamento das companhias, que têm recorrido mais ao mercado de capitais.

“Estamos otimistas com esse funding disponível, com novas companhias acessando o mercado de capitais e com empresas sólidas, mas não tão tradicionais, que começam a enxergar [a classe] como fonte de captação para destravar investimento e até rolar suas dívidas.”

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Fausto Filho, da XP, também se disse otimista com o mercado de crédito privado e defendeu que o cenário positivo está “apenas no começo”, mesmo em um ambiente de juros baixos. Segundo ele, os ativos de crédito privado são uma alternativa interessante aos retornos cada vez mais comprimidos na renda fixa.

Com a Selic na mínima histórica, novas emissões e diferentes emissores, a expectativa de Jerusalmi, da JGP, é de que haja um aumento de duration das carteiras, isto é, do prazo médio mínimo do investimento. Será necessário, contudo, uma maior seletividade dos ativos para compor o portfólio.

Taxas de administração

Questionados sobre a possibilidade de redução das taxas de administração praticadas na indústria de fundos de investimento, em meio a um cenário de juros mais baixos, Jerusalmi, da JGP, argumentou que faz sentido cortar as taxas quando o fundo não consegue entregar alfa aos cotistas.

Ainda segundo ele, a taxa de administração tende a ser mais elevada à medida que o risco do fundo aumenta.

O argumento é compartilhado por Fausto Filho, da XP. “A Selic é importante, mas o spread de crédito nas emissões é mais ainda”, disse.

Sternick, contudo, da AF Invest, defendeu a redução das taxas e contou que a asset passou a cortar a de seus fundos na época de reprecificação dos prêmios, no ano passado.

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