Tesouro Direto: juro de prefixado curto cai abaixo de 10%, na mínima em quase 2 anos após corte da Selic

Taxa de título curto de inflação fica abaixo de 5% pela primeira vez desde que começou a ser negociado no Tesouro Direto

Leonardo Guimarães

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Os juros dos títulos do Tesouro Direto caem nesta quinta-feira (3), na primeira sessão após a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) por cortar a taxa Selic para 13,25% ao ano.

A decisão pegou de surpresa parte do mercado, que estava dividido entre a expectativa por corte de 0,25 ponto percentual e 0,5 p.p.

O corte foi decidido em votação apertada no Copom, com cinco diretores votando por um corte para 13,25% ao ano e quatro optando por queda para 13,50%. O voto do presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi decisivo para o corte de 0,5 p.p. Ele votou com os novos integrantes da autarquia, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino.

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Fernando Haddad, ministro da Fazenda, repercutiu o voto decisivo de Campos Neto dizendo que foi um “técnico, calibrado e à luz de tudo o que ele conhece da realidade do País”.

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As taxas dos títulos do Tesouro Direto acompanhavam a queda nos juros futuros, especialmente no curto prazo. Perto das 10h50, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 caía de 12,63% para 12,44% ao ano, enquanto a do DI para janeiro de 2025 tinha recuo de 10,67% para 10,44% ao ano.

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Diante do cenário, a rentabilidade do Tesouro Prefixado 2026 caía de 10,16% na sessão de ontem para 9,95% na primeira atualização de hoje, às 9h25. É a menor taxa que o papel oferece desde 1º de setembro de 2021, há quase dois anos.

A taxa do Tesouro IPCA+ 2029 também chamava atenção ao cair abaixo de 5% pela primeira vez desde que o título começou a ser negociado, em janeiro deste ano.

O juro real do Tesouro IPCA+ 2032 caía de 5,12% na sessão de ontem para 5,08%, enquanto a do título de inflação para 2045 recuava de 5,45% para 5,42%.

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A rentabilidade dos prefixados mais longos também caía: o Tesouro Prefixado 2029 pagava 10,51% ao ano ante taxa de 10,62% ontem e o Tesouro Prefixado 2033 oferecia remuneração de 10,65% contra 10,76% na véspera.

O noticiário econômico de hoje ainda tem destaque para o Índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços brasileiro, que caiu de 53,3 em junho para 50,2 em julho, atingindo o patamar mais baixo em cinco meses, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (3) pela S&P Global.

O PMI composto, que agrega dados de serviços e indústria, ficou em 49,6 em julho, caindo dos 51,5 do mês de junho e ficando abaixo da marca de 50,0 pela primeira vez em cinco meses.

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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quinta-feira (3):

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Lira deve entregar reforma tributária nesta quinta-feira ao Senado

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reúnem nesta quinta-feira, 3, em um gesto simbólico de entrega da reforma tributária ao Senado.

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Pacheco disse que o movimento mostra alinhamento do Senado com a Câmara e que “nosso objetivo é que até o final do ano nós possamos promulgar essa emenda à Constituição da reforma tributária do País”.