Tesouro Direto: Com pressão generalizada sobre os preços, títulos públicos chegam a cair 24% em março

Destaques do mês, Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045 apresentou queda de 24,34%, enquanto Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 teve perda de 15,32%

Beatriz Cutait

SÃO PAULO – Passado mais de um mês desde que o mercado financeiro passou a embutir nos preços os efeitos da epidemia do coronavírus na economia, o investidor de renda fixa também tem notado o impacto da crise em suas aplicações.

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O Tesouro Direto registrou queda generalizada de preços entre os títulos públicos disponíveis para compra em março, com destaque para os papéis com retornos indexados à inflação de mais longo prazo. O Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045 apresentou queda de 24,34%, enquanto o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 teve perda de 15,32%.

No grupo dos títulos com rendimentos prefixados, a maior baixa partiu do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais com vencimento em 2031, com recuo de 6,72%.

Vale lembrar que o investidor só terá essas perdas se efetivamente vender os papéis antecipadamente. Se carregá-los até o vencimento, o retorno vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.

Apesar da forte baixa, o desempenho dos títulos públicos ainda foi melhor que o da Bolsa. Em março, o Ibovespa caiu cerca de 30%, com queda acumulada da ordem de 37% no ano.

Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em março, assim como no trimestre e em 12 meses. O único papel não considerado no levantamento foi o Tesouro Selic, dado que seu retorno segue a variação da Selic, portanto, sem grandes oscilações diárias.

O movimento de março refletiu o forte aumento das taxas, em um ambiente de maior aversão a risco na esfera global. Os prêmios pagos por títulos públicos com retornos nominais (sem descontar a inflação) chegaram à casa dos 9% ao ano, enquanto papéis com rendimentos indexados à inflação alcançaram juros reais de 5% ao ano. (leia mais nesta reportagem)

Em meio aos esforços do governo para conter a crise no Brasil, o Banco Central decidiu voltar a cortar a taxa básica de juros em março em 0,50 ponto percentual, para 3,75%. A expectativa do mercado financeiro é de que haja mais uma redução da Selic em maio, para 3,50% ao ano.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.