Taxas de títulos no Tesouro Direto sobem após IPCA acima do esperado

Inflação medida pelo IPCA teve alta de 4,52% em 2020, acima do centro da meta e do esperado pelo mercado

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Após forte alta na sessão anterior, os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto voltaram a subir nesta terça-feira (12), depois da divulgação de dados de inflação acima do esperado.

Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 1,35%, a variação mais intensa desde fevereiro de 2003 (1,57%) e a maior para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%).

O resultado veio acima da expectativa do consenso da Refinitiv, de alta de 1,21% no mês passado na comparação mensal.

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Já no acumulado de 2020, o indicador subiu 4,52%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o número ficou acima do centro da meta de 4% definida pelo Conselho Monetária Nacional (CMN), mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Foi a maior alta do índice desde 2016, quando o IPCA subiu 6,29%.

Mercado hoje

No Tesouro Direto, o título indexado à inflação com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 2,74%, ante 2,71% ontem. A taxa oferecida pelo mesmo papel com juros semestrais e prazo em 2030, por sua vez, era de 3,18%, contra 3,16% anteriormente.

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Entre os papéis prefixados, o com vencimento em 2023 pagava uma taxa anual de 5,02%, ante 4,99% ontem. Já o juro pago pelo Tesouro Prefixado 2026 era de 7,04%, ante 7,13% na sessão anterior.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta terça-feira (12):

Fonte: Tesouro Direto

Cena global

No ambiente internacional, os mercados monitoraram o pedido formal, feito pelo partido democrata, para o impeachment do presidente norte-americano Donald Trump, pela incitação aos protestos violentos da semana passada, quando manifestantes invadiram a sede do Congresso americano, causando cinco mortes.

A Câmara de Representantes pretende votar o pedido ainda nesta semana, para que este seja depois apreciado no Senado, que tem maioria republicana.

Para que o impeachment ocorra, é necessária uma maioria de dois terços dos representantes. Por isso, uma parcela dos republicanos precisaria votar pela retirada do representante de seu partido.

O avanço da pandemia de Covid-19 também foi foco de atenção dos investidores nesta terça, com o aumento do número de casos ao redor do mundo.

Segundo o jornal alemão Bild, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou hoje a parlamentares do seu partido que espera que o lockdown, imposto no país para conter a disseminação do coronavírus, dure até o início de abril.

“Se não conseguirmos parar esse vírus britânico, então teremos dez vezes o número de casos até a Páscoa. Precisamos de oito a dez semanas de medidas duras”, teria dito Merkel, de acordo com o Bild.

Quadro doméstico

Já no Brasil, o destaque ficou por conta da apresentação pelo Instituto Butantan de novos dados sobre a vacina Coronavac.

Segundo os dados divulgados, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o instituto ligado ao governo paulista, tem uma eficácia global de 50,4%.

Ainda que a taxa global de eficácia da CoronaVac tenha ficado abaixo do que se esperava, o percentual é superior à taxa mínima de 50% exigida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que o imunizante possa ser aplicado na população.

Ainda no noticiário da vacina, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou ontem que o foco da vacinação no Brasil poderá vir a ser a redução da pandemia, ao invés de garantir imunidade completa.

Ele falou sobre a possibilidade de aplicação de somente uma dose do imunizante produzido pela parceria entre Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, testado no Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), aumentando o tempo antes da aplicação da segunda dose, o que garante índices mais altos de imunização.

Os investidores também seguiram repercutindo na cena doméstica a decisão da montadora Ford de fechar as três fábricas restantes no Brasil, encerrando sua produção no país após um centenário.

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