Tesouro Direto: taxas de títulos indexados à inflação têm alta nesta quinta-feira

Investidores repercutiram hoje o sentimento de maior aversão ao risco no exterior; no Brasil, foco recaiu sobre decisão de corte da Selic na véspera

Mariana Zonta d'Ávila

Dinheiro na carteira (Brenda Beth/Getty Images)

SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos indexados à inflação e negociados via Tesouro Direto reduziram o movimento de alta na tarde desta quinta-feira (6).

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Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, cortou, como amplamente esperado pelo mercado, a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 2,00% ao ano – nova mínima histórica.

No comunicado, o BC reforçou que “entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.

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Para Roberto Secemski, economista do Barclays, o BC deixou uma porta aberta para eventual redução nos juros em setembro e pareceu enfatizar que o motivo para cautela advém de questões prudenciais e de estabilidade financeira e não das projeções de inflação.

Já Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, levanta dúvidas sobre o fim do ciclo de cortes, diante da maior preocupação da autoridade monetária com a atividade econômica e pelo fato de ela já sinalizar que vai olhar um horizonte mais longo de expectativas antes de aliviar o estímulo monetário.

De toda forma, Ramos considera como mais provável não haver um novo corte da Selic na próxima reunião do Copom, em setembro, por conta da crescente deterioração fiscal em 2020 e 2021, “e pela economia parecer estar respondendo bem ao estímulo geral de crédito fiscal-monetário já entregue”.

Levantamento da XP feito após a decisão do Copom com gestores, economistas e consultores financeiros mostrou que a maioria dos entrevistados não espera novos cortes na Selic neste ano e vê a taxa básica de juros voltando a subir entre o quarto trimestre de 2021 e o começo de 2022.

Ainda na cena doméstica, investidores repercutiram as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, em live promovida pela Fundación Internacional para la Libertad (FIL), de que o imposto sobre transações digitais não será uma nova CPMF.

“O novo imposto está sendo desenhado e estudado exatamente para substituir o imposto cruel sobre o trabalho que produziu 40 milhões de invisíveis nas ruas no Brasil”, argumentou.

Segundo a Reuters, Guedes também afirmou que o Congresso é pró-Reformas e deve apoiar os próximos passos da agenda econômica.

Mercado hoje

No Tesouro Direto, o título indexado à inflação com juros semestrais e vencimento em 2040 pagava uma taxa anual de 3,50% nesta tarde, ante 3,46% a.a. na sessão anterior. Os papéis com prazos em 2035 e 2045, por sua vez, ofereciam um prêmio de 3,49% ao ano, frente 3,42% a.a. anteriormente.

Entre os títulos prefixados, o papel com prazo em 2026 pagava uma taxa anual de 5,95%, ante 5,96% a.a. ontem, enquanto o juro pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais e vencimento em 2031 se mantinha em 6,70% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quinta-feira (6):

Fonte: Tesouro Direto

Cena externa

No ambiente internacional, o sentimento do dia foi de aversão ao risco na Europa, após o Banco da Inglaterra ter decidido pela estabilidade das taxas de juros, em 0,1% ao ano, e alertado para uma lenta recuperação da economia.

Segundo a autoridade monetária britânica, a atividade econômica do Reino Unido não deve voltar ao patamar pré-pandemia até o final de 2021.

Além disso, não houve alteração no programa de recompra de títulos, que é de 745 bilhões de libras (equivalente a US$ 981 bilhões).

Já nos Estados Unidos, os investidores monitoram os dados de pedidos por seguro-desemprego, que somaram 1,186 milhão na semana passada, segundo o Departamento de Trabalho do país.

O resultado ficou abaixo do esperado pelos economistas consultados pela Bloomberg, de 1,4 milhão de requisições do benefício durante o período.

Por lá, a atenção seguiu voltada ainda para a aprovação do novo pacote de estímulo à economia.

Mitch McConnell, líder da maioria no Senado dos Estados Unidos, disse, em entrevista à CNBC, que democratas e republicanos devem atingir em breve um acordo para aprovar os novos estímulos contra o coronavírus.

A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, e o líder da minoria no Senado, Chuck Shumer, também falaram, à CNBC, em progresso nas negociações após uma série de reuniões com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

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