Taxas de títulos do Tesouro Direto sobem nesta tarde com sentimento de maior aversão ao risco

Investidores monitoraram aumento no número de casos de Covid-19 no mundo e megainvestigação envolvendo grandes bancos

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – As taxas oferecidas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam alta na tarde desta segunda-feira (21), marcada pela maior aversão ao risco.

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O título prefixado com vencimento em 2023 pagava uma taxa anual de 4,56%, ante 4,48% ao ano na tarde de sexta-feira (18). O juro pago pelo mesmo papel com prazo em 2026, por sua vez, subia de 6,99% para 7,11% ao ano.

Entre os papéis indexados à inflação, o prêmio pago pelo título com vencimento em 2026 tinha alta de 2,65% para 2,80% ao ano, enquanto o juro pago pelo Tesouro IPCA+2045 avançava de 3,96% para 4,13% ao ano.

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No câmbio, o dólar operava em leve alta de 0,4% ante o real, cotado a R$ 5,39 por volta das 15h40.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta segunda-feira (21):

Fonte: Tesouro Direto

Coronavírus volta a preocupar

O pessimismo dominava os mercados nesta segunda-feira, após notícias de que o Reino Unido está considerando realizar um novo lockdown devido ao aumento no número de novos casos de coronavírus.

A Espanha já limitou o deslocamento de 850 mil moradores da zona Sul de Madri, só permitindo que eles saiam de casa para trabalhar, ir ao médico ou levar os filhos à escola.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o coronavírus persiste, e ainda mata 50 mil pessoas por semana.

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Ainda no exterior, as atenções recaíram sobre as ações dos bancos, depois que grandes instituições financeiras foram acusadas de lidar com recursos ilícitos.

Segundo reportagem publicada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), documentos do governo dos Estados Unidos mostram que bancos desafiaram leis contra a lavagem de dinheiro, transferindo grandes quantias de origem ilícita para contas obscuras e redes criminosas.

A investigação revelou US$ 2 trilhões em operações suspeitas envolvendo grandes bancos, entre 1999 e 2017.

O mercado também acompanhava as tratativas em Washington para o lançamento de um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos.

Relatório Focus

No âmbito doméstico, os investidores digeriram as novas revisões nas expectativas para o desempenho da economia brasileira no relatório Focus, do Banco Central, que voltou a mostrar uma projeção menor de contração para o PIB este ano, de 5,05%, ante 5,11% anteriormente.

Em 2021, passado o tombo mais forte do PIB decorrente da pandemia de coronavírus, a expectativa dos economistas consultados pelo BC é de que a economia brasileira volte a crescer, em 3,50%.

Houve alterações ainda nas estimativas para a inflação este ano, de alta de 1,94% para 1,99%. Para 2021, a projeção foi mantida em 3,01%.

No que tange às expectativas para a taxa Selic, esta deve encerrar dezembro no atual patamar, de 2,00% ao ano, e subir para 2,50% a.a. até dezembro de 2021.

Ambiente político

Por aqui, seguiu o desconforto com o cenário fiscal em meio às dúvidas crescentes sobre a capacidade do Tesouro Nacional de refinanciar a dívida pública.

O ambiente de incerteza que ronda as empresas, especialmente em relação a como será solucionado o grande déficit fiscal do País, inibe a volta do investimento produtivo e a recuperação sustentável da economia, na avaliação do economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados.

Ainda no radar, membros do governo debateram neste final de semana o Pacto Federativo com o senador Márcio Bittar (MDB-AC).

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a proposta reduz gastos obrigatórios e abre caminho para novas despesas a partir do ano que vem. Os cálculos atualizados sinalizam uma economia maior que R$ 30 bilhões em 2021, enquanto a versão mais enxuta economizaria cerca de R$ 20 bilhões.

Outro destaque foi a informação de que o Ministério da Economia está analisando três nomes para ocupar o cargo de Waldery Rodrigues, secretário especial da Fazenda.

Segundo a Folha de S.Paulo, são eles Esteves Colnago e Jeferson Bittencourt, assessores especiais do ministro da Economia Paulo Guedes, e Bruno Funchal, secretário do Tesouro Nacional.

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