Retorno de CDBs prefixados sobe e ultrapassa 15% na última quinzena; confira os mais rentáveis

Papéis com retorno atrelado ao CDI, por sua vez, ofereciam juros brutos de até, no máximo, 116% do CDI

Bruna Furlani

[Pixabay]

Com a elevação da Selic para 12,75% ao ano e a possibilidade de novas altas até o fim do ciclo, a rentabilidade oferecida por Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados teve que subir muito além da taxa básica de juros para que a rentabilidade não ficasse rapidamente defasada.

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É o que mostra um levantamento feito pela Quantum Finance, empresa de soluções para o mercado financeiro, a pedido do InfoMoney. Entre 9 e 20 de maio, papéis com vencimento em seis meses, por exemplo, eram os que ofereciam a maior taxa máxima, de 15,38% ao ano.

O percentual está acima dos 13,62% ao ano vistos no levantamento anterior, entre os dias 24 de abril e 6 de maio. O emissor do papel era o Banco Master.

Segundo a agência Fitch Ratings, a classificação de risco nacional do banco no longo prazo é BBB-. Significa que a instituição possui boa qualidade de crédito, mas não está entre as mais bem avaliadas, já que a melhor classificação é AAA.

Destaque também para os CDBs prefixados com vencimento em dois anos. Na última quinzena, o retorno máximo bruto entregue era de 14,85% ao ano, em um papel emitido pela BRK Financeira. Trata-se de um percentual superior aos 13,72% ao ano da quinzena anterior.

Retornos brutos de CDBs prefixados (de 09/05 a 20/05)

Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
3 PREFIXADO 11,65% 13,21% 13,53%                               41 BANCO BTG PACTUAL
6 PREFIXADO 13,22% 13,67% 15,38%                               26 BANCO MASTER
12 PREFIXADO 12,85% 13,60% 14,30%                               42 BANCO C6
24 PREFIXADO 12,07% 13,34% 14,85%                                 6 BRK FINANCEIRA
36+ PREFIXADO 11,55% 12,32% 12,70%                                 6 BANCO BTG PACTUAL

Fonte: Quantum Finance

CDBs atrelados ao CDI

Para os papéis atrelados ao CDI, no entanto, os efeitos do avanço da Selic trouxeram resultados mistos.

Os retornos dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) atrelados ao CDI e com liquidez diária avançaram. Ao mesmo tempo, os CDBs de vencimento mais longo – com liquidez a partir de três meses – registraram recuo na remuneração.

Segundo a pesquisa, a remuneração máxima entregue pelos CDBs nos últimos 15 dias, até sexta-feira (20), foi de 116% do CDI. Trata-se de um percentual inferior aos 122% do CDI que eram pagos na quinzena anterior, entre 24 de abril e 6 de maio. Os valores não consideram o desconto do Imposto de Renda (IR).

O levantamento mostrou também que o título com o maior retorno era um papel emitido pela BRK Financeira, que não possui classificação de risco de crédito (rating). Anteriormente, o título com juro mais atrativo tinha como emissor o Banco Master. Ambos têm vencimento em 12 meses.

O recuo nas taxas também pôde ser visto em outros prazos. No caso de papéis com vencimento em três meses, a taxa bruta máxima oferecida chegou a 106% do CDI. Na pesquisa anterior, o maior juro pago para esse mesmo prazo era de 106,75%.

Retornos brutos de CDBs indexados ao CDI (de 09/05 a 20/05)

Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
3 DI 90,00% 102,39% 106,00%                               61 BANCO PAN
6 DI 97,50% 101,04% 115,00%                               51 BANCO MASTER
12 DI 11,50% 99,16% 116,00%                               49 BRK FINANCEIRA
24 DI 94,00% 99,41% 108,00%                               37 HAITONG BANCO DE INVESTIMENTOS DO BRASIL
36+ DI 14,50% 96,64% 103,00%                               21 BANCO DAYCOVAL

Fonte: Quantum Finance

CDBs atrelados à inflação

Movimento semelhante de recuo também foi visto entre os CDBs com a remuneração atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial.

Segundo o levantamento anterior, o juro real máximo alcançava os 6,10% ao ano, para vencimentos em 12 meses. Agora, a remuneração real máxima para o mesmo prazo é de 5,67% ao ano, o que representa uma queda expressiva de 43 pontos-base (0,43 ponto percentual).

Há diferenças também nos retornos de CDBs de maior prazo – 24 meses – em que o juro real caiu de 6,60% para 6,03%. Nos últimos 15 dias, o emissor que oferecia o maior retorno era o banco BTG Pactual, que possui rating nacional de longo prazo AA, segundo a Fitch Ratings.

Retornos brutos de CDBs indexados à inflação (de 09/05 a 20/05)

Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
12 100% IPCA 4,60% 5,10% 5,67%                               83 BANCO BTG PACTUAL
24 100% IPCA 5,35% 5,61% 6,03%                               66 BANCO BTG PACTUAL
36+ 100% IPCA 5,20% 5,63% 6,49%                               39 BANCO BMG

Fonte: Quantum Finance

De olho no Fed e no IPCA-15

Após dias de baque nas bolsas globais, a semana inicia com os mercados em tom mais positivo. Investidores vão monitorar vários indicadores com potencial impacto no mercado de juros e, consequentemente, nos retornos oferecidos por CDBs.

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As atenções na cena local estarão voltadas para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que será apresentado amanhã (24).

Luciano Costa, sócio e economista-chefe da Monte Bravo Investimentos, afirma que a mediana do mercado aguarda que o indicador fique em 0,45%, em linha com os 0,46% previstos pela casa.

Segundo ele, a prévia da inflação deve mostrar que a alta de preços deve perder força na passagem de março para abril. Ele explica que o índice terá menos pressões vindas da gasolina, porque a alta já foi capturada pelo indicador em abril, além do que há o efeito da mudança de bandeira tarifária, que deve ser positivo.

“É uma inflação que deve começar a sair do pico nessa leitura”, diz. “Já deve ser uma inflação mensal mais baixa e com um ritmo mais condizente com a trajetória de metas”, pondera Costa.

Os núcleos – medida que desconsidera o choque de fatores temporários – também devem ceder, na margem, segundo o sócio da Monte Bravo. O motivo é a diminuição das pressões, especialmente dos reajustes de energia.

Discussões em torno do ICMS também voltam à tona na cena política e podem gerar ajustes nas projeções de inflação das casas para o fim deste ano.

Deputados federais devem votar amanhã (24) um projeto de lei complementar que define energia, combustíveis, telecomunicações e transporte como bens essenciais, estabelecendo uma alíquota máxima de 17% no ICMS sobre os itens.

Costa diz que a medida deve trazer alívio para inflação e tem chance de ser aprovada, já que é bastante popular em um ano eleitoral. Nas contas da casa, o impacto sobre a inflação seria de 1,2 ponto percentual, mas ele afirma que ainda há dúvidas se isso será repassado logo aos consumidores, ou de forma gradual.

O radar internacional, por sua vez, estará focado na ata do Federal Reserve (Fed), banco central americano, sai na quarta-feira (25). O economista observa que os agentes financeiros vão atrás de pistas para entender quanto que será preciso ir além do nível neutro de juros nos Estados Unidos para trazer a inflação para a meta.

Há também os dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), dos Estados Unidos. Segundo ele, a expectativa de mercado aponta que a inflação por lá deve “sair dos picos”.

“A notícia não seria uma grande novidade, mas a confirmação poderia ajudar a movimentar o mercado de juros”, observa o economista.