Renda fixa: retorno de fundos de gestoras independentes supera os dos 5 maiores bancos do Brasil

Rentabilidade de fundos ofertados por bancos de varejo não chega a 95% do CDI em nenhum período de levantamento feito pela Economatica

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – A maior competição na oferta de produtos de investimento por parte de grandes bancos e gestoras independentes tem evidenciado, cada vez mais, a diferença em termos de rentabilidade.

Estudo divulgado hoje pela provedora de informações financeiras Economatica chama atenção para as distinções de bancos de varejo e de casas independentes no que tange aos fundos de renda fixa.

Com um recorte em fundos com mais de 500 cotistas em 16 de agosto de 2019, o levantamento revela que os produtos dos bancos de varejo (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander) perdem para os ofertados por gestoras independentes em 12 amostras de tempo diferentes — todos os anos fechados desde 2013, o ano de 2019 e nos últimos 12, 24, 36, 48 e 60 meses até o dia 16 deste mês.

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A comparação leva em consideração a mediana de retorno de todos os fundos ofertados com mais de 500 cotistas. Nos bancos, a rentabilidade não chega a 95% do CDI – o principal referencial das aplicações de renda fixa, correspondente a um benchmark dos fundos do estudo – em nenhum período.

Os fundos de gestoras independentes performam melhor, mas também têm períodos negativos, como 2013 (90,5% do CDI, ante o retorno mediano de 86,7% dos fundos dos bancos), com o desempenho mais expressivo em 2019 – ano em que a taxa básica de juros está em seu piso histórico –, com rentabilidade acumulada de 103,5%, bem acima dos 90,8% do CDI dos fundos dos bancos.

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Bancos x gestoras independentes

Sem o recorte por número de cotistas (portanto incluindo fundos com menos de 500 investidores), os fundos das gestoras independentes também têm desempenhos melhores que os de varejo na maior parte das amostras. Os grandes bancos se saem melhor apenas em 2013 e 2015 (quando nem os bancos nem as casas independentes chegaram perto de entregar o CDI) e só em 2017 o retorno mediano supera (e por pouco) os 100% do CDI. Os demais fundos, de casas independentes, só perdem do CDI nos anos de 2013 e 2015.

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Investidores exclusivos e diferenciados

Outro aspecto relevante do levantamento aborda a diferença de tratamento dado por bancos e, em menor escala, por gestoras independentes a clientes de maior patrimônio, geralmente com pelo menos R$ 10 milhões de patrimônio, detentores de fundos exclusivos.

Os fundos exclusivos são destinados a investidores qualificados e constituídos para receber aplicações de um único cotista. Eles têm acesso a produtos diferenciados e são também um instrumento interessante do ponto de vista de sucessão e tributário.

De acordo com o levantamento da Economatica, nos bancos de varejo, os fundos não exclusivos ganham do CDI somente no ano de 2017 e perdem para os exclusivos em todos os períodos da amostra. Esses últimos, por sua vez, têm retornos medianos acima do CDI em 9 dos 12 intervalos de tempo considerados.

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Quando a comparação recai sobre fundos exclusivos e não exclusivos ofertados apenas em gestoras independentes, os retornos medianos são maiores que os produtos dos grandes bancos nos dois casos, mas há também uma diferença de desempenho.

O levantamento mostra que os fundos não exclusivos das gestoras independentes perdem para o CDI em quatro das 12 amostras, enquanto os fundos exclusivos ganham do CDI em dez intervalos. A diferença mais expressiva é vista justamente em 2019, com um retorno mediano de 139% do CDI dos fundos exclusivos, ante 104% no caso dos fundos não exclusivos.

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Para a amostra foram considerados todos os fundos de renda fixa do mercado, conforme classificação da Anbima, e foram incluídos os produtos presentes em cada data, mesmo que hoje eles estejam encerrados.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.