Queridinhas e esquecidas: 10 ações mais bem (e mal) avaliadas por fundos em junho

Análise da XP resulta em um ranking com os ativos mais bem e mal posicionados pelos fundos entre mais de mil carteiras avaliadas, que somam R$ 280 bilhões em ativos

Paulo Barros

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Fundos de ações competem pela maior capacidade de escolher os melhores papéis da Bolsa, mas há um certo consenso sobre quais são, no geral, as melhores e piores aquisições. Segundo levantamento da XP publicado nesta quarta-feira (18), os gestores estão aumentando a aposta em ações ligadas a serviços financeiros, transportes e utilities, enquanto reduzem drasticamente a exposição a papéis do varejo, agro e setor de educação.

A análise da XP se baseia em uma metodologia quantitativa que combina exposição setorial com cinco fatores de estilo — low risk, momentum, quality, size e value. O resultado é um ranking com os ativos mais bem e mal posicionados pelos fundos entre mais de mil carteiras avaliadas, que somam R$ 280 bilhões em ativos.

As 10 ações preferidas dos gestores

Entre os papéis com maior pontuação nos critérios de exposição, destaque para ITUB4 (Itaú Unibanco), BBSE3 (BB Seguridade) e TGMA3 (Tegma). A predominância de empresas dos setores financeiro, transporte e energia sugere uma preferência dos gestores por nomes com perfil defensivo, geração de caixa estável e boa governança.

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Além disso, ações como ABEV3 (Ambev) e WEGE3 (Weg) reforçam a presença de nomes tradicionalmente bem vistos pelo mercado em momentos de incerteza.

AçãoSetorScore
Itaú Unibanco (ITUB4)Bancos100.0
BB Seguridade (BBSE3)Financeiras não-bancos99.4
Tegma (TGMA3)Transporte98.8
Portobello (PORT3)Transporte98.2
Engie (EGIE3)Utilities97.5
Ambev (ABEV3)Alimentos e Bebidas96.9
Bradespar (BRAP4)Metais e Mineração96.3
Cury (CURY3)Construção Civil95.7
Fras-le (FRAS3)Bens de Capital95.1
Santos Brasil (STBP3)Transporte94.5

Fonte: XP

As 10 ações evitadas pelos fundos

Na outra ponta, os gestores parecem evitar ações ligadas ao agronegócio, varejo e empresas cíclicas com performance mais volátil. JSLG3 (JSL), MRFG3 (Marfrig) e ECOR3 (Ecorodovias) aparecem entre os ativos com menor score.

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Também chamam atenção nomes como MGLU3 (Magazine Luiza) e POSI3 (Positivo Tecnologia), que seguem penalizados por um ambiente macroeconômico ainda desafiador para consumo e tecnologia.

AçãoSetorScore
JSL (JSLG3)Transporte20.2
Camil (CAML3)Alimentos19.6
Ecorodovias (ECOR3)Transporte19.0
Minerva (BEEF3)Alimentos18.4
Anima Educação (ANIM3)Educação17.8
Raízen (RAIZ4)Alimentos17.2
Azul (AZUL4)Transporte16.6
Vamos (VAMO3)Transporte16.0
Serna (SRNA3)Utilities15.3
Lojas Quero-Quero (LJQQ3)Varejo14.7

Fonte: XP

O que isso revela sobre o mercado?

O ranking da XP reflete uma reconfiguração no apetite por risco dos fundos. Enquanto setores defensivos voltam a ser priorizados, empresas expostas à volatilidade de commodities, consumo interno e juros altos são deixadas de lado.

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“A pontuação dos papéis sintetiza a forma como os fundos estão posicionados, considerando não só o setor, mas também as características dos ativos em relação a qualidade, risco, valor e tamanho”, diz o relatório.

Para o investidor pessoa física, esse termômetro pode servir como um indicativo das tendências institucionais e, ao mesmo tempo, um alerta para oportunidades contrárias — afinal, muitos papéis historicamente subvalorizados se tornam promissores quando estão fora do radar.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)