Quanto você teria se tivesse investido R$ 10 mil em ouro há cinco anos?

Desempenho do metal visto como um ativo de segurança supera com folga a inflação brasileira

Leonardo Guimarães

Ativos mencionados na matéria

Foto: Adobe Stock
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Alguns ativos são considerados portos-seguros para os investidores. Um deles é o ouro, que tem baixa correlação com instrumentos voláteis, como ações, e serve como proteção em tempos de recessão ou até mesmo guerra. Mas quanto o investimento no metal rendeu nos últimos anos? 

Segundo cálculo de Ricardo Trevisan, CEO da Gravus Capital, o investidor que apostou no ouro ganhou mais do que quem investiu em títulos públicos de inflação nacionais nos últimos cinco anos. 

A referência usada foi o ETF GOLD11, que replica a cotação internacional do ouro ajustada pelo câmbio. Em cinco anos, o ativo valorizou 114,59%. Já o IMAB11, que reflete o desempenho dos títulos de inflação do Tesouro Direto, subiu 35,32% no mesmo período. 

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Portanto, um investimento de R$ 10 mil em ouro há cinco anos renderia um resgate de R$ 21.459 hoje. “O ouro rendeu mais de três vezes o retorno do IMAB11, mostrando que, mesmo frente a ativos protegidos contra inflação, o metal se destacou como um ativo real global de maior desempenho”, comenta Trevisan. 

Nesses cinco anos, o IPCA acumulou alta de cerca de 30%, o que significa que o ouro superou a inflação em 85% de ganho real, pontua o CEO da Gavus Capital. 

O desempenho do metal foi resultado da combinação de dois fatores, segundo o especialista: valorização do ouro no mercado internacional, que passou de US$ 1.500 para US$ 2.400 por onça-troy, e a alta do dólar, que antes era cotado a R$ 4.

Ainda vale a pena investir em ouro?

Para Ricardo Trevisan, sim. “Com juros em trajetória de queda nos EUA e incertezas quanto à estabilidade fiscal e geopolítica global, o ouro mantém sua relevância como ativo defensivo”, comenta. 

Ele pondera que “nada substitui a renda fixa ou variável”, mas é possível equilibrar o risco na carteira, tendo o ouro como um ativo de proteção contra choques externos. 

A maioria dos investidores achará no ETF a melhor forma de investir em ouro, já que essa opção segue o preço internacional e elimina custos com armazenagem, transporte e certificação. Mas o especialista ainda destaca fundos multimercados ou cambiais com posição no metal e contratos futuros de ouro na B3 – voltados a investidores mais experientes – como os principais canais de exposição ao metal além da compra do material físico.