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SÃO PAULO – O sonho de todo mundo que investe é ganhar muito dinheiro. No entanto, algumas pessoas optam por um caminho aparentemente mais fácil, em que não é preciso esperar tanto tempo para ver sua carteira se multiplicar. O problema é que, normalmente, essa facilidade envolve um grupo de pessoas que estão envolvidas em fraudes financeiras.
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Uma das formas de cair em um esquema fraudulento é entrar em uma pirâmide financeira. A prática consiste na oferta de um modelo de negócio, por parte de uma empresa, em que não há um produto ou serviço para ser entregue. “É um instrumento para transferir dinheiro dos menos espertos para os mais”, afirma o educador financeiro, André Massaro.
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O crime consiste em concentrar o dinheiro das pessoas que estão na base do negócio de modo que ele vai parar nas mãos do dono, que após captar um montante significativo de capital sai do suposto negócio. Sendo assim, Massaro sugere que o investidor se atente a três fatores que indicam um possível caso de pirâmide financeira.
“O primeiro é em relação a promessas de rentabilidade fora da realidade; o segundo é quando o material de divulgação contém informações muito apelativas que mexem com o emocional do investidor, como carros importados, números estratosféricos e outras imagens gananciosas; e o terceiro é a falta de informação na mídia sobre o produto”, aponta.
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Golpe acionário
Caso o investidor escute de fontes suspeitas que uma ação muito barata deva ter um upside muito grande em pouco tempo, ele pode ter entrado em um esquema de pump and dump (“inflar e largar”).
A prática ocorre quando uma pessoa ou um grupo compra grandes quantidades de uma ação com baixa liquidez e que custa muito pouco, normalmente centavos, e espalha pelo mercado notícias otimistas sobre o papel, o que atrai outros investidores interessados em obter uma boa rentabilidade. Após conseguir elevar o preço da ação, isso é, inflá-lo, os agentes realizam o lucro e, na maioria dos casos, jogam o preço do papel para baixo.
“Esse tipo de fraude é literalmente um boato”, pontua Massaro. “A pessoa compra ações de forma muito concentrada de uma vez para forçar artificialmente para cima e sai espalhando boatos, se utilizando da ganância dos investidores”.
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Para o especialista, a melhor maneira de se prevenir desse tipo de golpe é ser cético e buscar informações em sites de confiança. “Essas informações costumam chegar através de fóruns na internet, e-mail e blogs, portanto é preciso checar lugares respeitados”.
Promessas futuras com papéis antigos
Uma terceira forma de fraude nos investimentos é a venda de títulos públicos em papel. Em seu site, o Tesouro afirma que recebe “freqüentes consultas” a respeito da possibilidade de resgate, troca, conversão (em NTN-A ou outros títulos), pagamento de dívidas tributárias ou operações diversas envolvendo LTNs (Letras Tesouro Nacional), supostamente emitidas nos anos 70 e sob a forma impressa (cartular).
No entanto, as LTNs emitidas no início da década de 1970 pelo BC tinham prazo de, no máximo, 365 dias. “Não houve qualquer exceção a essa regra, nem houve qualquer repactuação dos prazos de vencimento”, afirma o Tesouro.
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Os fraudadores oferecem a possibilidade de realização das operações e apresentam até laudos periciais, com cálculos que atribuem aos títulos altos valores. “Freqüentemente essas LTN estão acompanhadas de documentos falsos denominados – “TRR” e tela “RAM”, documentos estes que NUNCA foram emitidos pelo Tesouro Nacional. A inclusão de supostos códigos CODIV/SELIC ou CODIV/CETIP, nº de Processos 00000000.000000/20XX.000.000, ou ainda código ISIN, são algumas das tentativas de ‘esquentar’ o suposto título”, alerta o Tesouro Direto.