Prêmios de títulos públicos do Tesouro Direto têm forte queda nesta sexta-feira

Investidores repercutiram sanção do Orçamento de 2021 no Brasil, plano de aumento de impostos nos EUA e dados econômicos na Europa

Mariana Zonta d'Ávila

Notas de Real (Getty Images)

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SÃO PAULO – Seguindo o movimento apresentado ontem, os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentavam queda expressiva nesta sexta-feira (23), após a sanção pelo presidente Jair Bolsonaro do Orçamento de 2021.

O papel com retorno prefixado e vencimento em 2024 pagava um prêmio anual de 7,74%, ante 7,85% ao ano na tarde de quinta-feira (22). Da mesma forma, a taxa paga pelo Tesouro Prefixado 2026 cedia de 8,43% para 8,30% ao ano.

Entre os papéis indexados à inflação, o título com prazo em 2026 pagava uma taxa de 3,54% ao ano nesta tarde, contra 3,66% anteriormente. Já o juro real pago pelo Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2040 recuava de 4,21% para 4,18% ao ano.

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Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta sexta-feira (23):

Fonte: Tesouro Direto

Orçamento sancionado

No Brasil, os investidores repercutiram a sanção pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da Lei Orçamentária de 2021, que traz um corte de R$ 19,8 bilhões em dotações orçamentárias. Bolsonaro vetou a autorização para a criação de cargos na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros no Distrito Federal.

Também foi anunciado um decreto para bloquear mais R$ 9 bilhões nos recursos do Orçamento, algo que é considerado essencial para garantir que o teto de gastos seja cumprido.

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Ontem, durante a Cúpula do Clima, Bolsonaro destacou a meta de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030 e a antecipação da meta de neutralidade climática em 10 anos, para 2050, colocando o Brasil na mesma linha de outros países do G20.

Ainda no noticiário político, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) formou ontem maioria para manter a decisão anterior da Segunda Turma da corte de considerar o então juiz da operação Lava Jato Sergio Moro parcial ao ter julgado o processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relacionado ao tríplex do Guarujá (SP).

A conclusão da análise do caso, entretanto, vai ficar para a próxima semana, após o decano Marco Aurélio Mello pedir vista do caso. Falta também se manifestar o presidente do STF, Luiz Fux.

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No noticiário referente ao coronavírus, o Ministério da Saúde anunciou que enviará a estados e municípios 1 milhão de doses da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 no mês de maio. Serão distribuídas inicialmente 500 mil doses no início do mês para a primeira dose. Uma semana depois, será encaminhada nova remessa com mais 500 mil doses.

Ontem, durante live semanal nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que considera “impressionante” o fato de atualmente só se falar do uso de vacinas contra a Covid-19, ao destacar o custo bilionário para essas aquisições.

“Ninguém é contra a vacina, o Brasil, tirando os países que produzem a vacina, é o primeiro no mundo em valores absolutos que mais aplica”, emendou o presidente.

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Quadro internacional

Na cena global, as atenções recaíram m sobre o plano de aumento de impostos do presidente americano Joe Biden, que superou em muito as expectativas tanto de republicanos quanto de democratas, podendo se colocar como mais um entrave para a aprovação de um ambicioso projeto de infraestrutura.

Segundo a Bloomberg, o democrata deve propor aumento do imposto sobre ganho de capital para 39,6%, o que, juntamente com uma sobretaxa existente sobre a renda de investimentos, significaria que as taxas de impostos federais para investidores podem chegar a 43,4%. O imposto atual é de 20%.

Na Europa, atenção para a bateria de indicadores econômicos divulgados hoje. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto do IHS Markit, considerado um bom guia da saúde econômica, subiu para a máxima de nove meses de 53,7 em abril, ante 53,2 em março, contra expectativa de 52,8 em pesquisa da Reuters. Leitura acima de 50 indica expansão da atividade.

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O PMI do setor de serviços subiu a 50,3, de 49,6 no mês passado, superando a expectativa de queda para 49,1.

Já as fábricas tiveram seu mês mais ativo desde que a pesquisa começou, em meados de 1997. O PMI da indústria subiu a 63,3, acima dos 62,5 registrados em março e da expectativa, de 62.

Investidores também continuaram monitorando a elevação de casos de coronavírus na Índia, que registrou 332 mil novas infecções nesta sexta.