Poupança registra captação de R$ 8,7 bi em setembro, recorde para o mês na série histórica

Apesar do resultado, caderneta segue com resgates maiores que os aportes em R$ 6,1 bilhões no acumulado do ano

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – A caderneta de poupança encerrou o mês de setembro com captação líquida de R$ 8,725 bilhões, o maior saldo para o período desde o início da série histórica do Banco Central, em 1995. Fruto de depósitos de R$ 217,7 bilhões e resgates de R$ 209 bilhões, o número é o maior desde dezembro de 2018 (R$ 14,6 bilhões).

O início da liberação pela Caixa Econômica Federal dos saques emergenciais de até R$ 500 por conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), para cotistas com conta-poupança no banco, pode ter contribuído para o resultado do mês. A partir de 18 de outubro, os demais trabalhadores, com contas em outras instituições, poderão sacar esse limite.

Apesar do resultado recorde do mês passado, o quarto do ano com saldo positivo, a caderneta segue com resgates maiores que os aportes no acumulado de 2019, de R$ 6,1 bilhões. O saldo negativo deste ano contrasta com os dados de 2017 e de 2018, quando a caderneta teve captações líquidas de R$ 17,1 bilhões e R$ 38,3 bilhões, respectivamente.

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Baixa rentabilidade

Com a taxa básica de juros atualmente no patamar de 5,5% ao ano, a remuneração da poupança corresponde à variação da taxa referencial (TR), que está zerada, mais 70% da Selic. Em setembro, a caderneta rendeu 0,34% e, em 2019, o retorno chega a apenas 3,34%, ante um CDI (o referencial das aplicações de renda fixa) de 4,66%.

Mesmo com o benefício da isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos, a poupança segue em desvantagem em relação a aplicações conservadoras de renda fixa. Um CDB com retorno equivalente a 100% do CDI teria rendido, no pior dos cenários (descontado um IR de 22,5%), 3,61% neste ano até setembro, portanto acima da variação da caderneta.

Circulou recentemente no mercado uma proposta indicando que o retorno da poupança poderia começar a ser atrelado à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescido de 70% da Selic anualizada, independentemente do patamar da taxa básica de juros.

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Reportagem do InfoMoney revelou que, se a poupança tivesse sido corrigida pela inflação ao longo dos últimos 20 anos, um investidor teria tido um rendimento 109% acima do obtido com as regras atuais.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.