Onda de quebra das empresas é hoje a maior ameaça para a Bolsa americana, diz Mohamed El-Erian

Para o consultor-chefe de economia da Allianz, indicadores técnicos têm sustentado alta das ações americanas, enquanto economia segue enfraquecida

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – A principal ameaça para a recuperação do mercado de ações americano não está no aumento das tensões entre Estados Unidos e China, nem nas diferenças políticas entre republicanos e democratas para a aprovação de um pacote de estímulos econômicos. O grande risco hoje é uma quebra em larga escala das companhias. Essa é a avaliação de Mohamed El-Erian, consultor-chefe de economia da Allianz.

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Em entrevista à rede americana CNBC, o renomado gestor disse que a quebra das companhias englobaria uma série de problemas que vão desde a liquidez, no curto prazo, à solvência, em um horizonte mais longo.

Outra questão que deve ser analisada de perto é o nível de desemprego no longo prazo.

“Se tem uma coisa que o dinheiro do Federal Reserve não consegue ajudar nos mercados é em eventos de quebra das companhias, afirmou.

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Segundo El-Erian, o movimento de alta dos mercados americanos nas últimas semanas tem sido impulsionado por fatores técnicos de preços, permitindo que as ações continuem a se valorizar mesmo com o avanço da pandemia e demais riscos no radar. Mas a direção pode mudar.

“Se eu acho que tem um limite para os indicadores técnicos continuarem suportando os mercados por si só? Sim. Só é possível seguir assim por um tempo.”

Um platô na curva de contaminações pela Covid-19 e uma melhora dos dados da doença não seriam suficientes, segundo El-Erian, para impedir a quebra das empresas, uma vez que o “estrago feito na economia é grande”.

“Temos que ver o crescimento voltando. Precisamos voltar a ter uma noção de retomada em ‘V’, em vez de uma ‘raiz quadrada’, em que subimos e depois ficamos estáveis.”

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