O que é melhor: comprar muitas ações de centavos, ou poucas que custam mais?

Em primeiro lugar, é preciso avaliar a empresa e suas recomendações e depois definir um objetivo para essa aplicação

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SÃO PAULO – Uma dúvida muito recorrente de investidores que estão iniciando suas aplicações na bolsa de valores é: devo comprar várias ações de uma empresa mais barata ou menos papéis de uma companhia maior e com mais liquidez? De imediato, especialistas afirmam que o mais importante é avaliar a empresa na qual você pensa em investir e quais são suas perspectivas no longo prazo.

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“O investidor pode colocar uma parte do seu dinheiro em grandes empresas e outra em empresas menores, desde que elas tenham boas recomendações”, ressalta o consultor financeiro do instituto DSOP, Edward Claudio. “E a sugestão é diversificar a área de atuação dessas empresas, pois enquanto uma pode estar caindo, outra pode compensar com uma alta expressiva. Então, sempre tenha um portfólio balanceado”.

Não perca a oportunidade!

Para o educador financeiro e sócio-fundador do Dinheirama, Conrado Navarro, o primeiro contato com o mercado acionário é um divisor de águas que pode levar muitos investidores a desistir da bolsa, por terem vivenciado uma experiência traumatizante. Sendo assim, o especialista sugere que, em um primeiro momento, o investidor obtenha conhecimento e não tente especular.

“No começo, é melhor se manter em ações com boa liquidez, mesmo que sejam um pouco mais caras. Dessa forma, ele pode vendê-las em qualquer hora e conseguirá achar mais notícias da empresa na mídia”, pontua. A sugestão do especialista é se posicionar em 2 ou 3 empresas para conseguir acompanhar as notícias a respeito delas e ver o desdobramento da decisão que ele tomou.

Mercado fracionário X Lote padrão
Caso o investidor não tenha o valor necessário para comprar um lote de ações de determinada companhia é possível comprar apenas algumas através do mercado fracionário (papéis são negociados em quantidade inferior ao lote padrão, que costuma ser de 100 ações). No entanto, é preciso se atentar ao objetivo dessa aplicação, porque comprar dessa maneira pode trazer mais prejuízos do que ganhos.

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“O mercado fracionário não é ruim, mas precisa ser um investimento de longo prazo. Ele é bom para pessoas que começam a investir e mantém essa constância até conseguir alcançar um lote padrão”, frisa Navarro.

Um fator que tem grande impacto sobre a rentabilidade desses dois tipos de negociação é o spread (diferença entre preço de compra e venda). No mercado fracionário ele costuma ser maior do que no lote, pois possui menor liquidez, o que é algo negativo para os acionistas iniciantes. Além disso, dependendo da empresa, vender os papéis fracionados pode ser mais difícil, já que muitos investidores e suas respectivas instituições negociam altos valores. Portanto, uma das vantagens de obter o lote padrão é sua facilidade de compra e venda (alta liquidez).

“Se o investidor tem condições de ter esse lote é melhor. E caso ele não possa ter naquele momento, basta ir comprando as ações das companhias aos poucos até juntar esse lote padrão”, conclui Navarro.