O melhor da liquidação: conheça as ações descontadas que podem se valorizar muito

Todas as ações listadas estão com P/VP abaixo de 1 e P/L positivo

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – A bolsa brasileira não tem passado por bons momentos nos últimos tempos. Desde o começo do ano, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, caiu 12,41% até o fechamento de 17 de março – essa queda se soma aos mais de 15% de desvalorização registrados no ano de 2013. Com tantas perdas, os múltiplos de algumas ações ficaram atrativos. No entanto, como separar o joio do trigo e escolher o melhor da “liquidação” da BM&FBovespa?

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O InfoMoney conversou com analistas de mercado que listaram cinco ações de setores diversos como mineração, siderurgia e financeiro. Todas elas estão com seu P/VP (Preço sobre Valor Patrimonial) abaixo de 1 e P/L (Preço sobre Lucro) positivo, de forma que as ações escolhidas são realmente papéis descontados e atrativos.

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BM&FBovespa (BVMF3): A primeira recomendação de compra entre as ações descontadas é a própria ação da Bolsa brasileira. A companhia é, atualmente, a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado, de acordo com a corretora Coinvalores. A instituição destaca em relatório que a empresa obteve autorização em fevereiro para oferecer ao mercado novo módulo do sistema iBalcão para o registro de ativos de renda fixa e operações de balcão organizado.

“Esse passo torna-se bastante importante para a companhia, tendo em vista o atual momento do mercado de renda variável que sofre com menores volumes de negociação”, comenta o analista Felipe Silveira.

Além disso, Pedro Galdi, da corretora SLW destaca que a companhia tem feito um bom trabalho para reduzir custos, apesar de seu volume financeiro não estar em patamares muito bons. “Dentro das instituições financeiras, a BM&FBovespa é uma ótima candidata para investir”, avalia Galdi.

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Vale (VALE5): A Vale é a maior produtora mundial de minério de ferro e a segunda maior de níquel, além de produzir minério de manganês e ferro ligas, níquel, cobre, carvão térmico e metalúrgico, entre outros. A empresa participa da exploração mineral em 27 países e está presente em todos os continentes.

Os papéis da companhia sofrem uma forte queda na bolsa brasileira principalmente por conta dos temores de uma desaceleração mais acentuada do crescimento chinês e, consequentemente, da demanda por minério de ferro, principal produto da companhia.

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O analista Clodoir Vieira, consultor  da Compliance Comunicação, acredita que o papel da companhia está muito descontado e deve se recuperar com a melhora da economia dos EUA. Além disso, o real mais desvalorizado também pode ajudar o desempenho da empresa, uma vez que as receitas da companhia são majoritariamente em dólar.

Gerdau (GGBR4): Outra empresa que se beneficia diretamente com a recuperação da economia norte-americana é a Gerdau. A companhia é líder na produção de aços longos para os setores de construção civil, indústria e agropecuária e possui presença em 14 países, incluindo os EUA, com capacidade instalada de produção superior a 25 milhões de toneladas de aço por ano.

Clodoir Vieira explica que a empresa foi muito descontada nos últimos pregões por conta de sua ligação com o setor de construtoras. “Agora é uma ótima oportunidade para entrar na Gerdau, uma empresa muito bem estruturada”, afirma o analista.

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Outro fator que pode influenciar positivamente no desempenho da empresa no futuro, de acordo com relatório do analista Felipe Silveira da Coinvalores, é a necessidade crescente de reformas na infraestrutura do Brasil. “Acreditamos que no curto prazo, as ações da companhia tendem a responder positivamente ao atual contexto cambial, já que a desvalorização do real torna menos atrativa a importação de quaisquer produtos, conferindo maior competitividade à indústria doméstica”, destaca o relatório.

Bradespar (BRAP4): A desaceleração da economia chinesa é a principal vilã para explicar a queda dos papéis da Bradespar – empresa que administra participações acionárias na Vale e na CPFL Energia e por isso acaba tendo seu desempenho atrelado ao dos dois papéis, especialmente os da mineradora.

Pedro Galdi, da SLW, explica que a empresa está descontada em relação à Vale. Por isso, pode ser uma boa ideia investir no papel que tem a possibilidade de, eventualmente, recuperar essa diferença e passar por uma alta maior no futuro. “No entanto, para isso acontecer, precisamos de números mais animadores na economia chinesa”, ressalta Galdi.

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Petrobras (PETR4): A petrolífera, que é a maior companhia do Brasil, tem reservas provadas em torno de 14 bilhões de barris de petróleo e está presente em 27 países. Clodoir Vieira explica que esse é um papel que requer bastante cautela por parte do investidor e sugere um investimento mais voltado para o curto prazo, uma vez que a ação está em patamares de preço muito baixos.

A analista Sandra Peres, da Coinvalores, recomenda compra para o papel e destaca que o cenário em 2014 pode ser mais positivo para a companhia, especialmente em relação às perspectivas produtivas. “questões macroeconômicas acabam por afetar sobremaneira seus papeis em bolsa, extrapolando questões específicas da companhia e/ou do setor”, afirma a analista em relatório.