Megainvestidor Bill Miller vê oportunidades em ações chinesas e nos setores de energia, finanças, habitação e viagens

Para o lendário investidor ainda há espaço para valorização das ações apesar do rali recente

Katherine Rivas

Bill Miller (Tim Boyle/Bloomberg via Getty Images)

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As últimas semanas foram marcadas por forte valorização do mercado acionário. Os principais índices dos Estados Unidos e Europa registraram na semana passada o melhor desempenho desde novembro de 2020. Já o Brasil, impulsionado pelo fluxo estrangeiro, caminha para emplacar nesta quarta-feira (23) o seu quinto dia de valorização.

Para os que se questionam até quando dura esse rali dos mercados, o lendário investidor Bill Miller apresentou a sua perspectiva de mercado – que é bastante otimista.

Em um artigo sobre perspectivas de mercado, publicado nesta terça-feira (22), Miller cita que é impossível determinar quanto tempo vai durar a guerra entre Rússia e Ucrânia, ou se os preços do petróleo vão ou não permanecer acima de US$ 100 o barril. Segundo o famoso gestor de fundos de investimento, nem mesmo o aumento das taxas de juros americanos ou a redução do balanço do Fed (Federal Reserve, banco central americano) pode ser prevista com precisão pelos investidores.

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No entanto, ele destaca o comportamento do mercado acionário, que funciona na base da expectativa dos investidores sobre variáveis da macro e da microeconomia, e deixa sinais. Miller atribui a forte valorização dos índices americanos a comentários favoráveis ​​ao mercado de autoridades chinesas, juntamente com o aumento – então bem antecipado – da taxa de juros americana e alguma esperança de progresso para um acordo entre Rússia e Ucrânia.

Na visão de Miller, os investidores refletiam um profundo pessimismo – e, esperando o pior, foram pegos com surpresas positivas, aponta o investidor.

“Embora seja do interesse de todos acabar com esse conflito, isso não significa que ele não possa atingir níveis que reduziriam drasticamente os preços das ações”, afirma. “Se uma solução puder ser acordada em um futuro relativamente próximo, então preços mais altos das ações provavelmente ocorrerão. Embora o resultado seja desconhecido, parece que as ramificações geopolíticas permanecerão ao longo de muitos anos, e não alguns meses”.

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Neste cenário, o megainvestidor ainda enxerga valor no mercado de ações, acreditando que ainda está bastante descontado.

“Também acredito que uma economia forte nos EUA, com baixo desemprego, vagas abundantes, salários em alta, crescimento real mais forte em muitos anos e um Fed que começou a aumentar as taxas torna provável que uma rotação para ações de valor, das ações de crescimento que conduziram o mercado nos últimos dez anos, tenha começado”, afirma.

Entre os setores mais atraentes ele destaca energia. Segundo Miller, os preços das ações ainda não refletem a valorização do petróleo acima de US$ 100. Ele também cita as ações chinesas, que estão muito descontadas e com um governo interessado em fomentar o mercado.

Outros segmentos que ele considera oportunidade são o financeiro, que tende a se beneficiar com a alta dos juros; habitação, cuja queda não reflete os fundamentos; e papéis relacionados ao segmento de viagens e turismo, como empresas áreas, de cruzeiros, entre outros, que devem pegar carona na retomada da demanda dos consumidores e de uma economia sólida.

Embora sejam empresas de tecnologia, ele também cita Amazon (AMZO34) e Meta (FBOK34) como interessantes. Miller destaca que basta olhar para companhias que caíram mais de 50% nas suas últimas 52 semanas para garimpar boas oportunidades de longo prazo.

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Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.