Liquidez é importante, mas é preciso saber balancear

A parcela das suas economias destinada a investimentos mais líquidos deve aumentar em proporção inversa ao prazo de investimento

Equipe InfoMoney

SÃO PAULO – Quando da discussão de uma determinada aplicação financeira, muitas vezes um termo que não necessariamente é conhecido da maioria é utilizado: liquidez. O termo liquidez resume a rapidez e os custos envolvidos para que uma determinada aplicação se transforme em dinheiro vivo. Ou seja, quanto mais líquida uma aplicação, mais fácil e rápida será esta transformação, e vice-versa.

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Com base nesta definição, não é difícil entender porque os analistas mencionam seguidamente o aspecto liquidez quando discutem o investimento direto em imóveis, por exemplo. Afinal, para transformar o imóvel em dinheiro vivo, você não somente tem que esperar encontrar alguém interessado em comprar, ou pelo menos alugar o imóvel, como também incorre em vários custos, como o pagamento de taxas de corretagem e impostos.

Entendendo o risco de liquidez

A importância da liquidez aumenta de maneira inversamente proporcional ao prazo em que você pretende deixar seu dinheiro aplicado. Como parte dos brasileiros tem um horizonte relativamente curto de investimento, que muitas vezes não ultrapassa seis meses, fica fácil ver que a liquidez é um aspecto importante na hora de decidir onde investir o dinheiro.

Afinal, já imaginou se acontece um imprevisto e você tem que esperar a venda de um imóvel para conseguir o dinheiro necessário. Isto pode demorar meses ou, para reduzir a espera, você pode acabar sendo forçado a vender sua propriedade por um preço muito abaixo do justo, incorrendo em perdas, ou simplesmente diminuindo o retorno da sua aplicação.

Daí a importância de direcionar parte das suas economias para aplicações mais líquidas, que permitam rápidas mudanças na estratégia de investimento se necessário. Desta forma, não é de se surpreender que aplicações de perfil conservador e de alta liquidez, como é o caso da poupança e dos fundos DI ou de renda fixa, assim como dos CDBs, sejam tão procuradas pelos investidores.

Compare a liquidez entre as opções de investimentos

Afinal, para transformar o dinheiro dos fundos de investimentos ou da poupança em dinheiro tudo que você precisa fazer é pedir o resgate. Como a maior parte dos fundos oferece liquidez diária, você não chega sequer a perder a rentabilidade do mês. Já no caso da poupança, se o saque vier depois do aniversário você perderá a rentabilidade do mês corrente.

No caso do investimento em fundos de ações, a situação é um pouco distinta, já que é preciso esperar um pouco mais, cerca de três dias após o pedido de resgate para ter o dinheiro em conta. Se você optou pelo investimento direto em ações, a situação é a mesma, mas em alguns casos de ações menos líquidas você pode acabar tendo que esperar um pouco mais até receber uma boa oferta de compra.

Em geral, assumimos que a maior liquidez é oferecida pelo dinheiro vivo, seguido da caderneta e dos fundos DI e de renda fixa, depois do ouro e dos fundos de ações, para somente então aparecerem os fundos imobiliários, imóveis e finalmente o negócio próprio. Isto porque a venda de um negócio é ainda mais difícil do que a de um imóvel, especialmente porque muitas vezes ocorre quando o negócio não está indo bem.

Quando liquidez demais prejudica

O excesso de liquidez também pode ser prejudicial, principalmente quando você não precisa dela. Em geral, as aplicações mais líquidas são também as que pagam retornos relativamente mais baixos, e exatamente por isto podem ser destinadas para investimentos de curto prazo. Isto significa que, se você já acumulou um certo patrimônio e não precisa destinar todo o seu dinheiro para aplicações líquidas, o ideal é limitar este percentual em no máximo 80%.

Os imóveis e ações, apesar de sofrerem de menor liquidez e, portanto, serem aplicações relativamente mais arriscadas quando comparadas com a poupança ou os fundos DI ou de renda fixa, em geral oferecem retornos mais atrativos no médio-longo prazo. Desta forma, o ideal é balancear suas aplicações de acordo com o seu horizonte de investimento. Quanto maior o prazo para investir, menor precisa ser a porcentagem de suas economias destinadas a aplicações líquidas, e vice versa.

Monte uma reserva de emergência

Para quem não tem ideia de horizonte de investimento, então adote a seguinte regra: deixe sempre o equivalente a seis meses de despesas em aplicações mais líquidas, pois você nunca sabe quando uma emergência vai aparecer e é preciso estar preparado. Outra alternativa é aumentar aos poucos a liquidez dos seus investimentos.

À medida que você envelhece e se aproxima da aposentadoria, maior deve ser a parcela direcionada para aplicações líquidas, pois você não pode correr os mesmos riscos que antes. Imagine se você está a um ano de se aposentar e deixou a maior parte das suas economias em ações, e o mercado despenca. Você tem apenas um ano para que ele se recupere, caso contrário estará colocando sua aposentadoria em risco.

Por outro lado, se você tem 35 anos, ainda pode esperar mais alguns anos pela recuperação da bolsa de forma que, portanto, a parcela em aplicações mais líquidas pode ser menor.

Para quem ainda não juntou o equivalente a seis meses de despesas, então a única alternativa é continuar poupando, sempre optando por aplicações mais conservadoras, afinal você ainda não acumulou o suficiente para correr riscos.

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