Kinea volta a apostar na queda dos juros curtos nos EUA e mexe na carteira Brasil

Gestora acrescentou uma posição em Nu Holdings BDR, além de alocações em Santos Brasil Participações SA e outras; veja mais

Bruna Furlani

Painel de cotações na B3. Fonte: Amanda Perobelli/REUTERS
Painel de cotações na B3. Fonte: Amanda Perobelli/REUTERS

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Depois de se surpreender mensalmente com a robustez da economia dos Estados Unidos, a gestora Kinea parece enxergar agora um arrefecimento da atividade e do mercado de trabalho americanos. Em carta enviada a clientes nesta semana, a casa reforçou que os dados econômicos mais “comedidos” por lá devem ter reflexo na inflação e aumentam a probabilidade de que o próximo movimento do Federal Reserve (Fed, banco central americano) seja mesmo de um corte de juros.

De olho na normalização da política monetária, a Kinea diz que voltou a aplicar (posição que se beneficia do recuo) nos juros curtos americanos em maio e que manteve a exposição aplicada em juros na Austrália e em menor medida, no Reino Unido e no México. O Chile é único país em que a gestora está com uma posição tomada (que se beneficia da alta) em juros.

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Segundo especialistas da casa, as intenções de contratações na economia americana estão mais fracas e já é possível notar uma perda de fôlego nos empregos do setor público. A casa também diz esperar ajustes para baixo nos empregos do setor de saúde. Ambos os setores demoraram mais para recontratar na pandemia e estavam com a demanda reprimida, de acordo com a Kinea.

“Brasil reincide em velhos erros”

Já ao comentar sobre o Brasil, a gestora disse que o país “reincide em velhos erros” e afirmou ver risco de que o Banco Central tenha que mudar o plano de voo. “A combinação de incertezas fiscais, desancoragem das expectativas de inflação e mercado de trabalho pujante devem se refletir em um Banco Central que continua a enfrentar dificuldades para seguir entregando cortes de juros adicionais”, destacou.

Diante desse contexto, a casa diz que prefere estar alocada em câmbio do que em Bolsa e juros. Atualmente, a gestora está com uma posição comprada (que se beneficia da valorização) no real e em ações de bancos e concessões públicas brasileiras, ao mesmo tempo em que detém uma exposição vendida (que se beneficia do recuo) no Ibovespa.

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A gestora também aproveitou a virada do mês de abril para maio para realizar algumas trocas na carteira na passagem de abril para maio.

Na alocação local, a Kinea acrescentou uma posição em Nu Holdings BDR (ROXO34), além de alocações em Santos Brasil Participações SA (STBP3), Allos SA ([ativo= ALOS3]), Direcional (DIRR3), Natura & Co (NTCO3) e Cury (CURY3).

A casa, por outro lado, retirou posições em Eletrobras (ELET3), Copel (CPLE6) e Equatorial (EQTL3).