Itaú (ITUB4) x Taesa (TAEE11): qual a melhor ação para renda extra com dividendos?

Ambas as empresas são escolhas recorrentes para retorno com proventos, mas uma delas remunera melhor os acionistas no curto e no médio prazo, veja qual

Monique Lima

Taesa x Itaú: qual a melhor pagadora de dividendos (Ilustração: Leonardo Albertino/InfoMoney

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Figurinhas carimbadas na carteira de investidores focados em renda, Itaú (ITUB4) e Taesa (TAEE11) são empresas com políticas de retorno aos acionistas bastante consolidadas. Enquanto o Itaú é o maior banco privado do Brasil, a Taesa é uma grande transmissora de energia – ambos setores considerados estáveis e defensivos. Mas, afinal, qual ação gera mais retorno ao longo do tempo? 

Para responder a essa pergunta é necessário fazer uma distinção inicial. Embora a estratégia de renda deva se voltar principalmente para o retorno com proventos, a valorização da ação também é importante – mas, segundo especialistas, deve ser encarada consequência do investimento no longo prazo.

Cálculos realizados pelo analista Bruno Oliveira com dados da plataforma AGF mostram que, levando em conta um aporte único de R$ 10 mil nas units (TAEE11) de Taesa e nas ações preferenciais (ITUB4) do Itaú, a transmissora levou vantagem no curto (1 ano) e no médio (5 anos) prazos,

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ITUB41 ano (janeiro – dezembro 2023)5 anos (janeiro 2019 – dezembro 2023)
Aporte  R$ 10.000,00  R$ 10.000,00 
Preço da ação no aporteR$ 25,29  R$ 28,56 
Total de ações408333
Patrimônio acumulado (com valorização da ação) R$ 12.852,00  R$ 10.489,50 
Proventos acumuladosR$ 239,94  R$ 1.764,78 
Retorno total (valorização+proventos)R$ 3.091,94R$ 2.254,28
Simulação de Bruno Oliveira, por meio da plataforma AGF

Em 2023, 298 ações da transmissora trouxeram proventos de R$ 410,29, e 408 papéis do banco renderam R$ 239,94 em dividendos. Em cinco anos, 648 ações da Taesa conseguiram R$ 8.681,47 em depósitos na conta, enquanto 333 ações do Itaú garantiram pagamentos de R$ 1.764,78.

As ações da transmissora também valorizaram muito mais no médio prazo. O Itaú só venceu nos ganhos acumulados do papel ao longo do ano passado.

TAEE111 ano (janeiro 2023 – dezembro 2023)5 anos (janeiro 2019 – dezembro 2023)
Aporte  R$ 10.000,00  R$ 10.000,00 
Preço da ação no aporteR$ 35,28  R$ 21,96 
Total de ações298648
Patrimônio acumulado (com valorização da ação) R$ 10.874,02  R$ 23.645,52 
Proventos acumuladosR$ 410,29  R$ 8.681,47 
Retorno total (valorização+proventos)R$ 1.284,31R$ 22.326,99
Simulação de Bruno Oliveira, por meio da plataforma AGF

Segundo Oliveira, a diferença grande entre as valorizações dos papéis no prazo de cinco anos se justifica pelo período de grande volatilidade para os bancos na pandemia, devido às altas e baixas dos juros, além de riscos de inadimplência e benefícios fiscais do governo.

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“Embora seja um setor defensivo, bancos passam por mais volatilidade do que uma transmissora de energia, como é o caso da Taesa. O contrato das transmissoras é fixo, o pagamento vai ser o mesmo independentemente do volume de energia que passou por ali. Não tem como ter mais segurança de caixa do que isso”, diz.

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E os dividendos futuros?  

Taesa

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Segundo analistas, a Taesa tem mais desafios no curto prazo. A transmissora opera com um nível de endividamento considerado limite e deverá participar de leilões importantes em 2024 para trabalhar seu portfólio que sofrerá perdas significativas em 2030, devido ao vencimento de duas grandes concessões.  

Entretanto, Vitor Sousa, analista da Genial, afirma que o nível interessante de pagamento de dividendos é um dos motivos para a ação continuar atrativa. Para 2024, a estimativa da Genial é de dividend yield (retorno apenas com proventos) de 10,9%, aumentando para 11,9% em 2025 e 12,7% em 2026.

A empresa tem projetos em desenvolvimento que devem ser entregues nos próximos anos. Para eles, são esperadas margens operacionais (EBITDA) acima de 90%, enquanto os números atuais são na faixa dos 87%. Para Oliveira, do ponto de vista da estratégia de renda, Taesa continua promissora.  

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Itaú

As expectativas em relação ao Itaú giram em torno de um possível aumento de payout (percentual de lucros distribuído aos acionistas). Em 2023, o banco chegou a 60% de payout devido ao pagamento de dividendos extraordinários de R$ 11 bilhões. Sem esse montante, o payout estava na faixa dos 45%. Entretanto, o Itaú já teve percentuais próximos a 80%.  

Em 2024, a estimativa da Genial é que o banco entregue novamente 60% mesmo sem dividendos extraordinários, com dividend yield na faixa dos 7,6%, enquanto em 2023 ficou nos 6,6%. O banco é uma das escolhas também de gestores internacionais.

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Já o JPMorgan defende que os pagamentos maiores vão continuar, desde que o banco mantenha “sólido CET1 (índice de Basileia de melhor qualidade, que indica o colchão de liquidez) de 12,8% pós pagamento e continue imprimindo ROE (retorno sobre patrimônio) alto”.

Mesmo com o desempenho inferior ao da Taesa em curto e médio prazo, para Oliveira, o investimento no Itaú vale a pena pela constância de pagamentos, que é mensal. “É importante para o investidor ver o fluxo de dividendos entrar. Taesa paga mais, mas menos vezes no ano. Um volume maior intercalado com volumes menores e mais frequentes é uma forma de manter o ânimo e a determinação na estratégia de renda passiva”, diz.