Investimentos: fundos de ações lideram ranking de rentabilidade em 2006

Bom desempenho da bolsa impulsiona retorno, enquanto cai rentabilidade dos fundos DI, renda fixa e cambiais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Ao falar do desempenho dos fundos de investimentos em 2006, levando em consideração o ano favorável para o mercado acionário, é inevitável destacar as aplicações de renda variável. Com ganhos superiores a 40%, os fundos de ações alavancados registraram a maior rentabilidade de 2006, dentre todas as categorias de fundos analisadas pela Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).

De acordo com números da instituição até o dia 20 deste mês, esta categoria acumulou o maior retorno da indústria no ano, registrando ganhos médios de 42,70%. Vale ressaltar que, em um ano de otimismo no mercado de ações brasileiro, o Ibovespa mostra valorização pouco acima de 30%.

Derivativos impulsionam rentabilidade

A significativa diferença entre a rentabilidade média desta categoria de fundos e o principal índice da Bovespa se deve ao uso de derivativos. Como podem incluir em suas carteiras também contratos futuros e opções, entre outros derivativos, estes fundos mostraram desempenho bastante superior ao Ibovespa.

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O mesmo ocorreu com a segunda categoria mais rentável, os IBrX ativos com alavancagem, que acumula rentabilidade de 41,95% neste ano, contra uma valorização de cerca de 32% do IBrX-100 no mesmo período. É sempre importante destacar, porém, que a maior rentabilidade, em geral, vem acompanhada de maiores riscos.

Fundos de Vale e Petrobras

Quem optou por investir o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em fundos de privatização da Petrobras e da Vale do Rio Doce também tem o que comemorar neste ano. Estas aplicações foram beneficiadas pelo expressivo desempenho dos papéis ordinários das duas companhias na Bolsa.

Segundo os dados da Anbid, os fundos de privatização da Petrobras, que utilizam recursos do FGTS, acumularam ganho médio de 32,82% neste ano. Por sua vez, a mesma aplicação em fundos Vale rendeu 31,40% no período. No mercado de ações, os papéis ON da estatal e da mineradora registram valorização de, respectivamente, 35,13% e 34,67% no mesmo período.

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Os números refletem os fortes resultados das duas empresas neste ano. No intervalo de janeiro a setembro, a Petrobras acumula lucro líquido recorde de R$ 20,7 bilhões. Já a Vale lucrou quase R$ 4 milhões no terceiro trimestre, quebrando o recorde histórico registrado no segundo trimestre.

DI e renda fixa

Com a trajetória de queda no juro brasileiro, a atratividade dos tradicionais fundos referenciados DI e dos renda fixa tradicionais foi posta em xeque, tornando, inclusive, possível a comparação com a popular caderneta de poupança.

Entretanto, a taxa Selic permanece em um patamar elevado. Assim, dados da Anbid mostram que, no acumulado até 20 de dezembro, os fundos DI acumulam rentabilidade média de 14,66% em 2006, enquanto os renda fixa tradicionais apresentam ganho de 15,04%.

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Cambiais perdem

Por fim, o destaque negativo de ganho da indústria de fundos de investimento em 2006 ficou novamente com os cambiais. Os fundos cambial dólar sem alavancagem acumulam perda média de 3,40% no ano.

Já quem optou por investir em fundos atrelados ao Euro conseguiu um desempenho melhor. Refletindo a forte valorização da moeda comum européia frente ao dólar, os fundos cambiais euro sem alavancagem registram retorno médio positivo de 5,24% no mesmo período de comparação, segundo dados da Anbid.

Cabe lembrar que os fundos cambiais, dólar e euro, investem em títulos atrelados à variação da taxa de câmbio do real frente ao dólar norte-americano e à moeda européia, respectivamente.