Tesouro Direto: prefixados retomam alta e taxas encostam no maior patamar em 12 meses

Por outro lado, retornos dos títulos de inflação seguem em queda, diminuindo o prêmio de juro real em relação a um mês atrás

Monique Lima

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As taxas dos títulos prefixados do Tesouro Direto abriram 0,10 ponto percentual nesta sexta-feira (17), voltando a patamares próximos de 12% ao ano, ou seja, 1% ao mês. A taxa do Tesouro Prefixado 2031 chegou a 11,77% ao ano, bem próximo do maior patamar dos últimos 12 meses, de 11,79%.

O movimento vem na esteira do aumento da remuneração dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries), que subiu em reação a falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) mostrando cautela quanto à convergência da inflação à meta de 2%.

Ao mesmo tempo, o cenário doméstico continua preocupando o investidor, com o quatro fiscal sob questionamento desde a revisão, no PLDO de 2025, da promessa do resultado primário de 2026, último ano do atual governo, assunto que influenciou o Banco Central a cortar a Selic em menor grau na última reunião.

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Em entrevista, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que não é possível antecipar de quanto será o próximo corte da Selic e que é uma prerrogativa do comitê de política monetária (Copom) poder mudar de opinião em relação à sinalização dada anteriormente.

O presidente do BC destacou que o momento é complexo e muitas variáveis devem ser analisadas antes da decisão. “Temos inflação corrente, expectativas de inflação, o Focus e inflação implícita, cenário externo, geopolítica, o que isso significa para o preço do petróleo, a reconstrução do Rio Grande do Sul, o crescimento. Não tem uma coisa só”, afirmou.

Taxas

Na véspera, o Tesouro Prefixado 2027 estava com uma taxa de 10,90% e subiu para 11,03%, enquanto o título de 2031 subiu de 11,66% para 11,77% e o papel com juros semestrais e vencimento em 2035 saiu de 11,58% para 11,67%, na atualização às 15h23 do Tesouro Direto.

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Já os títulos de inflação estão no caminho oposto, em uma sequência de quedas desde segunda-feira (13). O Tesouro IPCA+ 2029 está oferecendo o menor juro real em um mês, de 6,03% nesta sexta-feira, após quedas sucessivas de 0,01 p.p. ao logo da semana.

O título de vencimento em 2035 segue a mesma trajetória, com um juro real de 6,07%, depois de oferecer 6,16% no início da semana. Já o título mais longo, Tesouro IPCA+ 2045, teve uma oscilação menor nos últimos dias, saindo de 6,14% na segunda para 6,10% nesta sexta.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta sexta-feira (17):

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Fonte: Tesouro Direto. 17/05/2024 – Atualização 15h23 (horário de Brasília)