Incerteza no mercado leva fundo da gestora Real Investor a aumentar nível de diversificação do portfólio

Cesar Paiva, fundador da Real Investor, que tem R$ 3 bilhões sob gestão, foi o convidado do último episódio do podcast Outliers

Clara Sodré

(Getty Images)

Publicidade

“Comprar muito bem e vender muito bem”. Com uma filosofia de investimento fundamentalista e cerca de 25 empresas no portfólio atualmente, Cesar Paiva, sócio-fundador da Real Investor, foi o convidado do último episódio do podcast Outliers, apresentado por Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP e Nathalia de Sá, analista de alocação e fundos no Research da XP.

Ele contou que o momento de grandes incertezas no mercado levou o portfólio do fundo de ações (Real Investor FIC FIA BDR Nível I) a ficar mais diversificado do que o tradicional.

Segundo Paiva, a diversificação está linha com os desafios de previsibilidade do cenário atual. Ele reforça que essa é uma fase importante de mudanças de posições, com algumas saídas previstas. A diversificação, segundo o gestor, leva em consideração que tipicamente o fundo de ações conta com 15 a 20 posições alocadas.

Continua depois da publicidade

Quando questionado a respeito do otimismo para alguns setores, Paiva conta que entre as maiores convicções do portfólio estão os setores financeiro, imobiliário e de utilities. Com posições em grandes bancos como o Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), o gestor enxerga que as incertezas decorrentes dos rumos das eleições aumentam o risco da instituição estatal, razão pela qual o tamanho da posição diminuiu recentemente. Já no caso do banco privado, a queda de juros tende a contribuir, e os múltiplos da ação se mostram atrativos.

Paiva também conta sobre a Porto Seguro (PSSA3), tese que consta atualmente no portfólio e que, de acordo com o gestor, é fruto de uma “tempestade perfeita” que se consolidou nos últimos meses afetando o preço das ações. No presente, dado o repasse forte de preços e crescimento de mercado, as tendências são positivas.

O gestor revelou não ser um fã de IPOs (aberturas de capital). Paiva entende que, no caso de IPOs em especial, tudo precisa ser questionado de forma que faça sentido. Com posições relevantes no setor de petróleo, incluindo ações da Petrobras (PETR4), o único IPO de que a Real Investor participou recentemente foi o da PetroRecôncavo (RECV3), por enxergar bom preço, histórico e perspectivas.

Continua depois da publicidade

Dentro do setor de utilities, Paiva compartilha o caso da Neonergia (NEOE3), que em sua visão está entre as empresas de energia mais baratas da Bolsa. Além de boas perspectivas de retorno, o fato de ter a receita corrigida pelo IPCA contribui para a visão positiva da tese. Paiva conta que desde o IPO tem acompanhado a empresa melhorar os resultados, enquanto o preço segue andando de lado.

Com investimentos na Aliansce Sonae (ALSO3), o gestor entende que esse é o momento de comprar boas empresas em setores descontados. Citando as companhias de shopping center como exemplo, Paiva conta que estas estão vendendo 30% a mais que no final de 2019, com preços consideravelmente baixos. “O mercado como um todo virou as costas para o setor imobiliário, e a gente adora isso”, disse.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. O podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube. Além disso, o relatório Indo a Fundo na Performance do fundo Real Investor FIC FIA BDR Nível I apresenta uma análise completa elaborada pelo time de Research da XP.