Impulsionada pela renda fixa, indústria de fundos capta R$ 206 bi no 1º semestre

Fundos de renda fixa captaram R$ 81,3 bilhões no período, após saques de R$ 95,2 bilhões no mesmo intervalo do ano passado

Lucas Bombana

(Getty Images)

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SÃO PAULO – A indústria brasileira de fundos de investimento registrou captação líquida positiva de R$ 206 bilhões no primeiro semestre de 2021, revertendo o resgate de R$ 16,2 bilhões no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A maior responsável pelo resultado positivo de janeiro a junho deste ano foi a classe da renda fixa, na qual os aportes superaram as saídas em R$ 98,8 bilhões.

O movimento de aperto monetário iniciado neste ano pelo Banco Central (BC) parece ter mudado radicalmente a percepção dos investidores em relação às oportunidades no segmento – no mesmo período de 2020, os fundos de títulos públicos e privados haviam sofrido resgates de R$ 95,2 bilhões.

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Destaque positivo também para a categoria dos multimercados, com captação de R$ 81,3 bilhões nos seis primeiros meses do ano, contra os R$ 30,9 bilhões atraídos no primeiro semestre do ano passado.

No caso dos fundos de ações, o resultado seguiu no campo positivo, mas com forte desaceleração – as entradas líquidas de recursos somaram R$ 3,1 bilhões na primeira metade do ano, após captação de R$ 49,4 bilhões em igual período do ano passado.

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Os fundos de previdência, por sua vez, registraram resgate líquido da ordem de R$ 15 bilhões no primeiro semestre de 2021, muito por influência dos fluxos do mês passado. No mesmo intervalo de 2020, a categoria havia tido captação positiva de R$ 2,7 bilhões.

Batendo os benchmarks

No que tange à rentabilidade dos fundos, na renda fixa, das 16 subcategorias, nove conseguiram superar os ganhos de 1,28% do CDI no primeiro semestre.

Dentre as alternativas mais buscadas pelos investidores no segmento, destaque para os fundos do tipo “Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento”, com rendimento positivo médio de 1,38%, e para os fundos “Renda Fixa Duração Baixa Crédito Livre”, com valorização de 1,85%.

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Na renda variável, em que o Ibovespa teve ganhos de 6,5% nos seis primeiros meses do ano, os fundos de “small caps”, voltados para ações de menor capitalização, renderam 14,9%, enquanto aqueles que concentram a atuação em papéis bons pagadores de dividendos ganharam 4,05%, influenciados negativamente nas últimas semanas pela proposta da reforma tributária.

Em relação aos multimercados, os “Multimercados Livre”, em que o gestor tem maior liberdade para navegar entre diferentes classes como ações, renda fixa, câmbio e commodities, tiveram rentabilidade positiva de 3,61% no semestre. Já os “Multimercados Investimento no Exterior” avançaram 2,86% no intervalo.

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