Importação de criptomoedas cresce 40% no Brasil, mostra pesquisa do Ipea

Os brasileiros importaram US$ 1,4 bilhão em criptomoedas no início deste ano; em 2022, o total foi de US$ 7,5 bilhões

Lucas Gabriel Marins

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Nos primeiros dois meses deste ano, os brasileiros importaram US$ 1,4 bilhão em criptomoedas, segundo balanço divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O montante é 40% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

A importação de criptoativos, segundo o Ipea, ocorre quando a propriedade de um ativo digital passa de um não residente no país (vendedor) para um residente (comprador).

Para chegar aos números, a entidade leva em consideração contratos de câmbio, uma vez que não existe registro aduaneiro para criptos e elas não entram na balança comercial divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

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As importações de moedas digitais vêm aumentando desde 2019, período em que o Ipea começou a divulgar dados sobre moedas digitais. Naquele ano, as importações de ativos digitais totalizaram US$ 3 bilhões; no ano seguinte, o montante pulou para US$ 3,3 bilhões.

Em 2021, as importações deram um grande salto de 80%, e chegaram a US$ 5,9 bilhões. No ano passado, o valor de criptos negociadas deu um novo salto de 27% e bateu nos US$ 7,5 bilhões, o maior registrado até então.

Em 2021, a Visa mostrou em uma pesquisa que um terço dos brasileiros está interessado em criptomoedas. O país, de acordo com a gigante de pagamentos, é a nação com o maior percentual de “adultos curiosos” por essa nova tecnologia.

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Parte do fascínio recai principalmente sobre as stablecoins (criptomoedas pareadas em algum ativo do mercado tradicional). De acordo com dados da Receita Federal do Brasil, as moedas digitais lastreadas em dólar responderam por mais de R$ 100 milhões das declarações de criptos realizadas por brasileiros em 2022, valor 135% superior a 2021.