Ifix tem maior elevação desde fevereiro; FII RCRB11 sobe 7% e é destaque de alta

Fundos de recebíveis enfrentaram mais uma sessão de perdas e dominaram a lista de maiores baixas

Wellington Carvalho

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O IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – fechou a sessão desta segunda-feira (15) com alta de 1,08%, aos 2.902 pontos. Foi a maior alta desde o dia 25 de fevereiro, quando o indicador subiu 1,16%. O fundo Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) liderou a lista das maiores altas do pregão, com elevação de 7,47%. Confira os demais destaques de hoje ao longo do Central de FIIs.

Os mais de 104 mil cotistas do FII Tordesilhas EI (TORD11) foram surpreendidos no final de julho com o comunicado de que o fundo não distribuiria dividendos em agosto – referentes ao resultado de julho. O texto não trazia os motivos da decisão, que foram revelados só na última sexta-feira (12), com a divulgação do relatório gerencial da carteira.

De acordo com o documento, a operação do fundo tem sido prejudicada com o aumento da inadimplência e o cancelamento de negócios. Como medida preventiva, a gestão decidiu reter os dividendos para uma eventual necessidade de recursos no curto prazo.

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Atualmente, 39,5% do portfólio do Tordesilhas EI está concentrado em equities – participação do fundo no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários para a futura venda de unidades ou cotas. Além de ainda não gerarem receitas para o fundo – e, consequentemente, dividendos para os cotistas – os projetos têm demandado mais recursos da carteira.

Em meio à necessidade de mais caixa, o fundo ainda tem enfrentado dificuldade na geração de recursos com os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) presentes na carteira. O título representa receitas futuras de empresas do setor imobiliário – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos, por exemplo – que são vendidas aos investidores. Em geral, o CRI embute um rendimento prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI ou o IPCA.

Tanto os CRIs como os equities do Tordesilhas EI são focados no segmento de multipropriedades – hotelaria, residência, comércio e lazer, setores mais sensíveis ao aumento da inadimplência ou cancelamento de negócios, como destaca o relatório gerencial do fundo.

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“A inflação acumulada vem afetando o poder aquisitivo do consumidor em geral, [especialmente de clientes de segmentos] como o de multipropriedades, que não é considerado um produto de primeira necessidade”, pontua o texto.

Maiores altas desta segunda-feira (15):

Ticker Nome Setor Variação (%)
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas 7,47
XPIN11 XP Industrial Outros 5,43
VCJR11 Vectis Juros Real Títulos e Val. Mob. 4,46
BRCR11 BC FUND Híbrido 4,35
VILG11 Vinci Logistica Logística 4,1

Maiores baixas desta segunda-feira (15):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
ARCT11 Riza Arctium Real Estate Híbrido -2,24
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Cemitérios -1,71
TORD11 Tordesilhas EI Títulos e Val. Mob. -1,45
AFHI11 AF Invest Cri Títulos e Val. Mob. -1,36
RBRY11 RBR PCRI Títulos e Val. Mob. -1,08

Fonte: B3

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FII Hospital da Criança suspende dividendos de agosto; Rio Bravo Renda Educacional compra imóvel locado pela Cogna

FII Hospital da Criança (HCRI11) volta a suspender dividendos

O FII Hospital da Criança comunicou, nesta segunda-feira (15), que reterá a totalidade dos dividendos previstos para agosto – referentes às receitas de julho – por causa de nova pendência envolvendo a Rede D’Or, locatária do fundo.

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Em junho, a carteira quitou dívida de R$ 1 milhão que tinha com a inquilina, resultado de uma ação revisional de aluguel iniciada pela empresa. No entanto, a companhia alega a existência de um saldo remanescente, que totaliza aproximadamente R$ 975 mil.

Diante da possibilidade de ser intimado a pagar o valor pedido pela Rede D’Or, o fundo decidiu reter a receita referente ao mês de julho, que seria distribuída este mês em forma de dividendos.

Para garantir o montante necessário exigido pelo locatário – caso a Justiça reconheça a existência do débito – a administradora do fundo não descarta também a retenção de rendimentos da competência de agosto de 2022.

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Por causa da dívida original, o FII Hospital da Criança já havia cancelado o pagamento de dividendos entre abril e junho deste ano.

O Hospital da Criança é uma unidade pediátrica em funcionamento desde 1998 na capital paulista. Com área construída de 5,5 mil metros quadrados, o prédio possui 90 leitos, maternidade, centro cirúrgico, unidade de tratamento intensivo e enfermarias.

Rio Bravo Renda Educacional (RBED11) compra imóvel locado pela Cogna (COGN3) por R$ 75,3 milhões

O FII Rio Bravo Renda Educacional anunciou, na última sexta-feira (12), a compra de imóvel locado pela Anhanguera Educacional – que faz parte do grupo Cogna –, em São Bernardo do Campo (SP), por R$ 75,3 milhões.

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O imóvel tem 23,7 mil metros quadrados e o contrato com a locatária vence em outubro de 2034, destaca fato relevante divulgado pelo fundo. A aquisição será concluída após o cumprimento de condições previstas no contrato.

Pelo acordo, o fundo pagará cerca de R$ 40 milhões em recursos próprios e pretende captar no mercado até R$ 34,7 milhões para complementar o valor da negociação.

Após a conclusão da transação e de todos os pagamentos, o Rio Bravo Renda Educacional projeta elevação nas receitas do fundo de aproximadamente R$ 0,03 por cota.

Atualmente, o portfólio do fundo conta com sete imóveis espalhados por quatro estados. Juntos, os espaços somam uma área bruta locável (ABL) de 92 mil metros quadrados.

Dividendos hoje

Confira quais são os seis fundos que distribuem rendimentos nesta segunda-feira (12):

Ticker Fundo Rendimento
BBFI11B BB Progressivo  R$  27,24
MBRF11 Mercantil Do Brasil  R$  10,00
LPLP11 Lago Da Pedra  R$    9,56
SHPH11 Shopping Pátio Higienópolis  R$    4,48
BCRI11 Banestes Recebíveis Imobiliários  R$    1,35
VRTA11 Fator Verità  R$    1,10
CVBI11 VBI CRI  R$    1,00
RBVA11 Rio Bravo Renda Varejo  R$    1,00
HUSC11 Hospital Unimed Sul Capixaba  R$    0,99
ONEF11 The One  R$    0,92
SDIL11 SDI Rio Bravo Renda Logística  R$    0,76
CCME15 Canuma Capital  R$    0,75
CCME14 Canuma Capital  R$    0,75
RVBI11 VBI Reits FoF  R$    0,75
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa  R$    0,72
QIRI11 Quatá Imob Recebíveis Imobiliários  R$    0,71
DRIT11 Multigestão Renda Comercial  R$    0,60
BLCA11 Bluemacaw Catuaí  R$    0,51
RBFF11 Rio Bravo FoF  R$    0,50
RBRS11 Rio Bravo Renda Residencial  R$    0,41
CXCE11B Caixa Cedae  R$    0,34
DLMT11 Del Monte  R$    0,01

Fonte: InfoMoney. Tickers com final diferente de 11 se referem aos recibos e direitos de subscrição dos fundos.

Giro Imobiliário: mercado financeiro eleva projeção para inflação de 2023 e 2024; investimento necessário para obter renda de R$ 5 mil por mês com FIIs cai quase à metade em 2 anos

Mercado financeiro eleva projeção para inflação de 2023 e 2024

O mercado financeiro continua o movimento de revisar para baixo a projeção para a inflação deste ano, mas subir a do próximo (e agora passou a ver um IPCA maior inclusive em 2024), mostram dados do Relatório Focus divulgados nesta segunda-feira (15).

A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 caiu de 7,11% para 7,02% em uma semana, mas a de 2023 subiu de 5,36% para 5,38% e a de 2024, de 3,30% para 3,41%. Há um mês, as previsões eram de 7,54%, 5,20% e 3,30%, respectivamente.

É a 7ª semana seguida de queda na projeção para a inflação deste ano e a 18ª de alta para a do próximo. Já a elevação para a de 2024 indica uma desancoragem de expectativas do mercado em relação à meta do Banco Central.

A projeção do mercado para o IPCA deste e do próximo ano está fora da meta do BC, que é de 3,5% para 2022 e de 3,25% para 2023, com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja: ela será cumprida se o índice ficar entre 2% a 5% neste ano e entre 1,75% e 4,75% no próximo).

Caso o cenário projetado ocorra, a meta será descumprida por três anos consecutivos (em 2021, o índice oficial de inflação do Brasil fechou o ano em 10,06%). Além disso, o mercado também prevê um IPCA acima do centro da meta em 2024, pois a meta é de 3,00%, também com margem de 1,5 ponto porcentual, e será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%).

As projeções estão desalinhadas em relação às do Banco Central, que estima uma inflação de 6,8% em 2022, 4,6% em 2023 e 2,7% para 2024. Ou seja: ao contrário do mercado, a autoridade monetária acredita em uma IPCA dentro da meta no próximo ano e abaixo do centro da meta no seguinte.

Dividendos de FIIs: investimento necessário para obter renda de R$ 5 mil por mês cai quase à metade em 2 anos

O mercado de fundos imobiliários – ou FIIs, como também são conhecidos – oferece atualmente uma das maiores oportunidades de geração de renda passiva dos últimos anos, na visão dos especialistas no assunto. E a razão está nos preços: com as cotações atuais, o investimento necessário para obter uma renda de R$ 5 mil por mês investindo em FIIs caiu quase à metade, na comparação com dois anos atrás.

Um levantamento feito a pedido do InfoMoney por Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, mostra que a taxa de retorno com dividendos (dividend yield) da carteira teórica do Ifix – índice que reúne os 106 fundos imobiliários mais negociados na B3 – alcançou 11,34% nos doze meses encerrados em julho de 2022, o que é quase 1% ao mês.

Com esse percentual, portanto, um investidor que conseguisse reproduzir a carteira do Ifix precisaria ter R$ 528 mil aplicados em FIIs para obter uma renda de R$ 5 mil reais por mês.

Dois anos e meio atrás, em março de 2020, a situação era outra. O dividend yield do Ifix atingiu, na época, o seu patamar mais baixo dos últimos dez anos, de 6,43% em 12 meses. Com uma taxa menor, o investimento necessário para chegar à renda de R$ 5 mil mensais era quase o dobro: de R$ 931 mil.

Confira no gráfico abaixo a evolução do aporte necessário para conseguir uma renda de R$ 5 mil ao mês com FIIs ao longo do tempo:

Fonte: Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor

Não é a primeira vez que o dividend yield do Ifix alcança patamares de dois dígitos. Segundo o levantamento de Viriato, a taxa de retorno do índice alcançou seu ponto máximo nos últimos dez anos em março de 2016, quando era de 11,85% em 12 meses. Esse percentual exigia um investimento de R$ 506 mil em FIIs que o investidor conseguisse uma renda de R$ 5 mil reais mensais.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.