O Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados da Bolsa – fechou a sessão desta segunda-feira (5) com queda de 0,16%, aos 2.888 pontos. O FII BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11) liderou a lista das maiores altas do dia, subindo 1,82%. Confira os demais destaques de hoje ao longo do Central de FIIs.
Após registrar em novembro o pior desempenho mensal desde o início da pandemia da Covid-19 – em março de 2020 –, o mercado de fundos imobiliários vive um momento delicado, avalia relatório do Itaú BBA assinado por Larissa Nappo e Marcelo Potenza, analistas da instituição financeira.
No mês passado, influenciado especialmente pelo desempenho dos fundos de “tijolo, o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – acumulou queda de 4,15% e interrompeu uma sequência de quatro meses de ganhos do indicador.
Na avaliação de Larissa e Potenza, dois fatores explicam a forte queda do mercado de fundos imobiliários: a rotação setorial (movimento de ajuste nos portfólios) e, principalmente, o aumento dos juros futuros.
Entre julho e setembro, explicam os analistas, investidores venderam os fundos de “papel” – que investem em títulos de renda fixa – para comprar os FIIs de “tijolo”, que investem diretamente em imóveis.
Na época, o movimento refletia a expectativa para o fim do aperto monetário – fim do ciclo de alta dos juros – e a chegada do período de deflação, fatores que reduziriam os dividendos pagos pelos FIIs de “papel”. A diminuição dos proventos motivou a troca dessa classe de ativo pelos fundos de “tijolo”.
“Naquele momento, acreditávamos que a rotação seria algo pontual e não descartávamos uma nova rodada de ajustes nas carteiras”, relembra Larissa, que previa a venda de fundos de “tijolo” e recompra dos fundos de ativos financeiros indexados ao IPCA – o inverso do que aconteceu na primeira pernada da rotação setorial, no terceiro trimestre.
Maiores altas desta segunda-feira (5):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
BTRA11 | BTG Pactual Terras Agrícolas | Agro | 1,82 |
SNFF11 | Suno FoF | FoF | 1,72 |
BTAL11 | BTG Pactual Agro | Agro | 1,68 |
VIFI11 | Vinci Instrumentos Financeiros | Títulos e Val. Mob. | 1,41 |
RECR11 | REC Recebíveis | Títulos e Val. Mob. | 1,25 |
Maiores baixas desta segunda-feira (5):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
CARE11 | Brazilian Graveyard and Death Care | Cemitérios | -3,83 |
XPCI11 | XP Crédito Imobiliário | Títulos e Val. Mob. | -3,3 |
HSLG11 | HSI Logística | Logística | -2,58 |
LVBI11 | VBI Logístico | Logística | -2,2 |
HABT11 | Habtat II | Títulos e Val. Mob. | -2,12 |
Fonte: B3
XPPR11 fecha novo contrato de locação e vacância do fundo cai para 45%
O FII XP Properties assinou contrato para a locação de três conjuntos do edifício Faria Lima Plaza, localizado na cidade de São Paulo (SP). O fundo detém 40% de participação no imóvel.
De acordo com comunicado ao mercado, os gestores explicam que os conjuntos locados representam uma área de 6.231 metros quadrados e o novo vínculo tem prazo de vigência de 84 meses.
Com a assinatura do contrato, a ocupação do Edifício Faria Lima Plaza saltou de 47% para 62%, aponta o fato relevante divulgado pelo XPPR11.
A receita acumulada prevista para os primeiros 24 meses de contrato é de R$ 0,9942 por cota. A receita mensal bruta decorrente do novo aluguel – sem considerar a correção inflacionária – é estimada em R$ 0,0575 por cota.
O XP Properties calcula ainda que a vacância dos imóveis do fundo será reduzida de 48% para 45% com a locação dos três conjuntos do edifício Faria Lima Plaza.
Em novembro, o XPPR11 registrou queda de mais de 12%, figurando entre as maiores baixas do mês, considerando os FIIs que fazem parte do Ifix.
Giro Imobiliário: expectativa de inflação para 2022 volta a subir; as apostas da Jive Mauá para o mercado imobiliário
Boletim Focus: expectativa de inflação para 2022 volta a subir, para 5,92%, e a do PIB é elevada para 3,05%
Subiu novamente a projeção de inflação e PIB para o Brasil, segundo estimativas do mercado financeiro divulgadas nesta segunda-feira (5) no Boletim Focus, do Banco Central. Segundo as instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC, a expectativa para o IPCA deste ano passou de 5,91%, há uma semana, para 5,92%. Para 2023, subiu de 5,02% para 5,08% e, para 2024, seguiu em 3,50%.
A projeção de alta do PIB de 2022 foi elevada, de 2,81% para 3,05% para este ano e avançou, de 0,70% para 0,75% em 2023. A de 2024 subiu de 1,70% para 1,71%.
A estimativa para o dólar caiu R$ 5,25 por US$ 1 em 2022. A de 2023 foi mantida em R$ 5,25 Para 2024, subiu de R$ 5,20 para R$ 5,23.
A expectativa para a taxa de juros básica (Selic) continuou mantida em 13,75% para este ano (24 semanas de estabilidade). Para 2023, subiu de 11,50% para 11,75%, e a de 2024, foi elevada de 8,25% para 8,50%.
Investimentos alternativos: com R$ 13 bilhões sob gestão, Jive Mauá está de olho no mercado imobiliário
Sendo um ecossistema em constante evolução no Brasil, os investimentos alternativos têm atraído cada vez mais participantes do mercado. De olho nas oportunidades, a Jive Investments e a Mauá Capital uniram suas operações resultando em uma gestora com patrimônio de R$ 13 bilhões sob gestão.
Para discutir essa fusão e entender quais são as oportunidades encontradas atualmente no setor imobiliário, o episódio 90 do podcast Outliers recebeu Bruno Bagnariolli, gestor da Jive Mauá.
Buscando complementariedade entre as duas gestoras, a fusão aumentou o ciclo financeiro dos investimentos que já eram realizados pela Jive, avalia Bagnariolli. Ele conta que no processo de reestruturação de empresas, quando a situação financeira melhorava, a tendência era de que fossem a mercado e deixassem a estrutura da Jive – o que mudou com a entrada da Mauá.
A respeito do cenário macroeconômico atual, Bagnariolli entende que é similar ao de 2015 e 2016. Na visão do gestor, após um período de taxa de juros baixos, os impactos inflacionários e na atividade econômica estão sendo sentidos. Bruno entende que após esse período de expansão e crescimento das empresas, agora a economia está passando por uma “guinada” com alta inflação, juros elevados e desemprego.
O gestor entende que segmentos que possuem ciclos mais longos, como o imobiliário, podem sofrer mais. Dessa forma, em sua leitura de cenário, Bagnariolli entende que existe uma grande possibilidade de disponibilizar crédito para empresas que precisam se financiar nos próximos períodos.
Bruno entende que o processo de estruturação de uma dívida de longo prazo no cenário atual precisa de mecanismos que promovam retornos consistentes mesmo após passado o período de incertezas.