Gestores dizem por que ainda há muito espaço para o mercado de fundos imobiliários crescer no Brasil

Setor ainda pode se beneficiar de novos CRIs e da taxa de juros mais baixa, avaliam gestores no evento Melhores Fundos, do InfoMoney

Ricardo Bomfim

(Crédito: Flávio Santana/Biofoto)

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*Matéria atualizada às 9h25 (horário de Brasília) do dia 20 de fevereiro para correção de informações. 

SÃO PAULO – Apesar da correção recente no mercado, o momento atual é de bastante demanda por fundos imobiliários. E ainda há muito espaço para crescimento no setor, segundo aponta Fernando Crestana, gestor do BTG Pactual.

“Existem 630 mil cotistas de FIIs no Brasil hoje, o que é somente 0,3% da população, enquanto nos EUA esse indicador representa 25%. Alem disso, a industria de FII listados aqui soma cerca de 1% do nosso [Produto Interno Bruto] PIB, enquanto a media global dessa relacao FII (REIT) frente aos PIB é de 2,5%”, afirmou durante o evento Melhores Fundos, do InfoMoney.”, afirmou durante o evento Melhores Fundos, do InfoMoney.

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Em 2019, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) subiu 36%, o que colaborou para aumentar o interesse dos investidores por esse tipo de ativo. Contudo, neste ano, o índice enfrenta uma forte correção, caindo 5,4% até o fechamento do pregão de 18 de fevereiro.

Para Crestana, é impressionante como a demanda por esses fundos evoluiu desde 2014, tendência que vem se acelerando junto com o ciclo de cortes na taxa Selic pelo Banco Central, que reduziu a rentabilidade dos títulos de renda fixa como CDBs no mercado brasileiro.

O gestor destacou também que a discussão sobre taxação de dividendos ainda está em um estágio muito inicial e não é algo que tire o sono dos gestores, de modo que a mudança legislativa mais relevante para o setor seria a da tributação das vendas de cotas por fundos de fundos. “Hoje, todos pagam 20% do lucro obtido nessas vendas”, lembrou, dizendo esperar que isso seja revisto.

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Já Rafael Selegatto, gestor da Iridium, contou que espera um aumento no volume de emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) por empresas que nunca entraram no mercado de capitais tanto por desconhecimento tanto por conta das condições menos favoráveis dos últimos anos, e que pretendem entrar agora.

Outro setor que pode ganhar espaço nos fundos imobiliários é o de shoppings, especialidade de Rodrigo Coelho, gestor da Vinci Partners.

“Os shoppings podem se tornar grandes centros de distribuição no Brasil. Hoje, o varejo no País integra e-commerce e loja física, de forma que os shoppings estão em posição estratégia para se protegerem de uma invasão de empresas como a Amazon”, explicou.

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Crestana, Selegatto e Coelho foram os gestores dos melhores fundos imobiliários de 2020. O Iridium Recebíveis Imobiliários ficou em primeiro lugar, seguido pelo Vinci Shopping Centers e pelo BTG Pactual Fundo de Fundos.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.