As dúvidas do mercado sobre a reforma da Previdência

Gestores da Ibiúna, Leblon Equities, Neo Investimentos, Garde e BlackRock questionam tamanho e efetividade da reforma defendida pelo governo

Beatriz Cutait

Publicidade

SÃO PAULO – Não se fala em outro assunto no mercado financeiro. As discussões sobre a aprovação da reforma da Previdência e a extensão que a mesma terá sobre a economia concentram as atenções dos gestores de recursos no momento. Mesmo com o sinal verde para a proposta dado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, segue no ar uma preocupação com o tamanho da economia a ser gerada, se será necessário fazer novas mudanças na Previdência mais adiante e sobre os próximos passos do governo.

Em entrevistas exclusivas ao InfoMoney, gestores e executivos da Ibiúna Investimentos, Leblon Equities, Neo Investimentos, Garde Asset Management e BlackRock apresentaram suas impressões sobre o início de ano para os mercados e expuseram suas avaliações sobre a tramitação da reforma previdenciária. O clima de maior cautela tem levado algumas casas a aumentar a posição de caixa dos fundos.

Confira trechos das entrevistas no vídeo a seguir:

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Pedro Rudge, sócio da Leblon Equities, disse estar “moderadamente otimista”, mas ressaltou que uma reforma que gere uma economia abaixo de R$ 1 trilhão será uma frustração e obrigatoriamente levará o Brasil a uma segunda discussão em alguns anos. Carlos Takahashi, presidente da BlackRock no Brasil, também defendeu a economia prometida pelo governo e indicou que o investidor estrangeiro está aguardando a aprovação para regressar ao mercado brasileiro.

Para Luiz Chrysostomo, sócio da Neo Investimentos, uma economia de R$ 1 trilhão não é factível. Assim como Rudge, ele avalia que uma reforma da ordem de R$ 600 bilhões a R$ 700 bilhões não será suficiente para endereçar o problema fiscal enfrentado pelo Brasil, mas ressalvou que não existe um só país que tenha feito uma reforma previdenciária em uma única vez.

Marcelo Giufrida, da Garde Asset Management, vê uma economia mais próxima de R$ 650 bilhões com a reforma e Rodrigo Azevedo, da Ibiúna Investimentos, destacou que os próximos 60 dias serão cruciais para se entender o formato final do texto que será submetido ao plenário da Câmara e a habilidade do governo para aprovar um projeto próximo ao apresentado inicialmente.

Continua depois da publicidade

Os gestores participaram do 10º Congresso de Fundos de Investimento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), realizado nos dias 24 e 25 de abril, em São Paulo.

Quer investir nos melhores fundos de investimento? Abra uma conta gratuita na XP

Tópicos relacionados

Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.