Multimercados: conheça a indústria trilionária que não para de crescer

Opção é interessante para quem não quer arriscar tanto, mas quer buscar melhores retornos do que os encontrados na renda fixa e na poupança

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Anos atrás, o investidor que não queria arriscar muito ficava confortável com os ganhos das aplicações em renda fixa. Com a queda das taxas de juros, porém, retornos de 1% ao mês já não são mais possíveis nesses investimentos e o investidor conservador precisa se mexer um pouco mais para encontrar boas rentabilidades.

Para quem quer buscar retornos mais atraentes que os oferecidos pela renda fixa, mas não tem estômago para bolsa, a melhor opção são os fundos multimercados, que permitem uma rentabilidade melhor que a encontrada na renda fixa, sem correr o risco do sobe-e-desce do Ibovespa.

“O cenário de juros mais baixos fomenta ativos que vão além da renda fixa; e os fundos multimercados têm sido a primeira porta de entrada para o investidor que está começando a entender mais sobre as diferentes classes de ativos e a buscar mais risco e mais yield. Isso mostra uma maior sofisticação do investidor, que passa a entender mais sobre os investimentos”, afirma Gustavo Pires, head de fundos de investimentos da XP Investimentos.

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Os multimercados são uma categoria de fundos de investimentos que permitem ao investidor mesclar aplicações de diversos mercados, como renda fixa, ações, juros, câmbio, entre outros, com a ajuda da expertise de um gestor.

A maioria dessas aplicações, inclusive, só são acessíveis por estarem dentro de um fundo. Não se trata somente de comprar ações na bolsa ou títulos públicos – o que pode ser feito do sofá da sua casa, por exemplo – mas de encontrar “os ímpares” do mercado e combiná-los com o cenário político-econômico mundial correspondente.

Tudo isso parece ter vindo à tona no mês de outubro, quando a indústria de fundos multimercados atingiu R$ 1 trilhão de patrimônio líquido, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Para se ter uma ideia, no fechamento de 2017 o patrimônio era de R$ 883 bilhões, ou seja, houve um crescimento de 15,3% do começo do ano até agora.

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Também neste ano, os multimercados foram a categoria que mais captou na indústria (R$ 52,5 bilhões), sendo cerca de R$ 42,6 bilhões em fundos de investimento e aproximadamente R$ 10 bilhões em fundos previdenciários.

Atualmente, os multimercados representam 21% da indústria de fundos, de acordo com a Anbima. Só na plataforma da XP Investimentos, por exemplo, já são 123 fundos multimercados diferentes disponíveis para aplicação, com valores iniciais mínimas para investimento entre R$ 1 mil e R$ 50 mil.

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Gigantes da indústria

No mercado de multimercados, algumas assets são conhecidas pelo ótimo histórico e rentabilidade. Alguns dos nomes mais conhecidos são Verde Asset, SPX, Adam Capital, Ibiuna Investimentos, Kapitalo, Legacy Capital, Kinea Investimentos entre outros.

Conhecido por seu excelente histórico de longo prazo, o Verde AM Scena Advisory conseguiu surfar muito bem a alta dos ativos em outubro, apresentando ganhos de 715,9% do CDI no período. O verde Scena Advisory nada mais é do que um fundo espelho do lendário Fundo Verde, do renomado gestor Luis Stuhlberger, que tem um track record invejável de mais de 20 anos.

Outros que também são resilientes, como é o caso do Kinea Atlas, acumula ganhos de 33,09% (ou 208% do CDI) desde o início, em dezembro de 2016. Com aplicação mínima de R$ 10 mil e alta demanda, o Kinea deve fechar para captação nos próximos dias.

Entre as principais estratégias que justificam o excelente desempenho, os gestores destacam a multiestratégia, uma equipe ‘técnica’ e segmentada, diversificação do portfólio e, principalmente, a expertise dos gestores.

Toda semana, o InfoMoney realiza o Papo com Gestor, programa com os gestores de fundos que estão se destacando dentro da plataforma digital da XP. A lista completa com os programas também pode ser encontrada no Spotify. Para escutar, clique aqui.

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