Márcio Appel avisa: estou comprando dólar

Carta da Adam reforça que fundos mantêm baixa exposição a risco

Paula Zogbi

Márcio Appel, sócio fundador da Adam Capital

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SÃO PAULO – Após anunciar em julho que os fundos da Adam Capital estavam com a menor exposição a risco da sua história (iniciada em 2016), o badalado gestor Márcio Appel avisou na carta mensal divulgada nesta segunda-feira (3) que comprou dólares como parte de sua estratégia. O dólar vê alta de 1,8% nesta segunda-feira (3). O mês de agosto terminou com disparada de 8% da moeda norte-americana frente ao real. 

Tal posição evidencia uma mudança de opinião quanto ao cenário que Appel projetava para o mercado no começo do ano, quando em janeiro de 2018 o gestor disse em entrevista exclusiva ao InfoMoney que projetava o Ibovespa a 160 mil pontos no final do ano. O call “pró-Brasil” foi reforçado dois meses depois em evento realizado pela XP Investimentos.

Se por um lado o gestor exalta uma melhora no cenário macroeconômico de médio prazo, já que a atividade e emprego seguem em recuperação lenta e a inflação dentro da meta, ele afirma que o cenário eleitoral rouba a cena neste momento. “Durante o mês [de agosto], o cenário de um segundo turno polarizado entre Bolsonaro e Haddad ganhou força e interferiu na formação dos preços dos ativos domésticos”, explica a Adam em carta mensal enviada aos cotistas.

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Appel reforça que manteve o posicionamento de baixo risco neste mês, justificado pela “conjunção entre as incertezas” tanto no cenário doméstico quanto no internacional. “De um lado, fortes ruídos e, de outro, sinais consistentes ainda fracos inibem a construção de um cenário de mais longo prazo e desafiam o equilíbrio do portfólio. Ajustes no livro de moedas (compra de dólar) e na carteira de renda variável foram realizados”, é a conclusão da carta deste mês.

Desde a criação da Adam Capital, Appel tornou-se um dos gestores mais acompanhados do mercado brasileiro: mesmo com pouco mais de 2 anos de existência, a asset independente já acumula aproximadamente R$ 26 bilhões espalhados nos seus 4 fundos de investimentos. O primeiro deles, o Adam Macro, tem rentabilidade de 36,88% desde seu lançamento, em maio de 2016 – o equivalente a 145,8% do CDI -, mas neste ano a performance mostra-se bem abaixo do “benchmark”: 2,04% em 2018 (contra 4,32% do CDI) e 0,12% em agosto (contra 0,57% do CDI).

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney