As pegadinhas que você deve evitar a qualquer custo ao investir

Os titulos de capitalização são uma das pegadinhas mais clássicas que muitas pessoas caem

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Investir é um passo muito importante para construir um caminho de sucesso e alcançar diversos objetivos econômicos ao longo da vida – que vão desde a viagem dos sonhos, o casamento, até uma aposentadoria tranquila. No entanto, muitas pessoas acabam caindo em pegadinhas que fazem com que elas façam escolhas de investimentos erradas e acabem perdendo dinheiro. Pensando nisso, InfoMoney conversou com o educador financeiro André Massaro, que listou seis das principais pegadinhas que os investidores costumam cair e como evitá-las.

1 – Comprar títulos de capitalização
Muitas vezes, quando uma pessoa tem dinheiro sobrando na conta, logo recebe uma ligação do gerente de seu banco sugerindo o investimento em um título de capitalização. Esses títulos são oferecidos para o cliente como se fossem um investimento, mas André Massaro afirma que eles são simplesmente um jogo de sorte e não são considerados investimento nem pelo Banco Central nem pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

“Essa é uma pegadinha clássica, uma vez que beneficia claramente a instituição financeira e não o investidor. A única vantagem que o comprador de um título de capitalização pode ter é se for sorteado, caso contrário, ele pode até ter perda de dinheiro se sair antes da data de vencimento do título”, comenta o especialista. Para evitar essa pegadinha, o melhor é ficar de fora desse “investimento”.

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2 – Fundos DI com taxas altas de administração
Os fundos DI, a rigor, não são prejudiciais ao investidor como os títulos de capitalização, afirma Massaro. Eles investem em títulos de renda fixa atrelados à Selic e acabam trazendo uma rentabilidade mais estável para o investidor. No entanto, esses fundos não demandam uma gestão muito sofisticada e, assim, não justificam uma taxa de administração elevada. 

“Para não entrar em um fundo muito caro, o investidor deve pesquisar bastante antes de colocar seu dinheiro, não olhar apenas a rentabilidade passada, mas sim os custos, já que a rentabilidade não é garantida. Todas essas informações são abertas e facilmente encontradas na internet”, aconselha André Massaro.

Segundo especialistas, o ideal é buscar fundos DI com taxa de administração de no máximo 1% ao ano.

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3 – CDB que paga muito pouco do CDI
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) permite ao investidor aplicar em um título de renda fixa de uma instituição financeira privada. No entanto, muitos bancos grandes se apoiam em uma imagem de estabilidade e solidez para pagarem rentabilidades baixas e que não são atrativas para o investidor. Alguns oferecem entre 70% e 80% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), dependendo do valor aplicado.

O educador financeiro lembra que o CDB é garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), fazendo assim com que investimentos até R$ 250 mil estejam protegidos e permite ao investidor buscar instituições financeiras menores que pagam taxas de rentabilidade mais interessantes.

4 – Investir em ações sem saber nada do mercado financeiro
Quem cair nessa pegadinha não pode colocar a culpa em ninguém que não seja em si mesmo, assinala Massaro. O educador financeiro lembra que algumas pessoas ouvem a dica de um parente, vizinho ou colega e acabam entrando com tudo na bolsa, achando que vão ganhar dinheiro muito rápido.

“Tem que ter ceticismo, entender que o mercado de ações não é algo tão simples. Se fosse fácil, ninguém trabalharia e todo mundo estaria especulando na bolsa de valores. Então, é importante deixar a ganância e a ingenuidade de lado e manter os pés no chão”, alerta o especialista.

5 – Investir todo dinheiro no mesmo ativo, sem diversificar
Para Massaro, essa não é necessariamente uma pegadinha, desde que seja fruto de uma estratégia consciente e bem planejada do investidor. “A pessoa não pode deixar de diversificar por falta de conhecimento, confiar cegamente em um investimento e acabar se atropelando”, afirma o educador financeiro.

O especialista relata que existem investidores que conseguem ter sucesso sem diversificar, mas eles estudaram muito antes de aplicar seu dinheiro e sabem exatamente o que estão fazendo, o que não costuma ser o caso da grande maioria dos investidores. Afinal, o risco desta estratégia é alto: se a aplicação render pouco ou trouxer rejuízo, todo seu dinheiro estará comprometido.

6 – Planos de previdência com altas taxas de carregamento e administração
Os planos de previdência são um produto desenhado especificamente para a aposentadoria. A grande vantagem deles, de acordo com André Massaro, é fiscal, uma vez que, com a tabela regressiva de imposto de renda, a mordida do leão pode ser reduzida para apenas 10% em investimentos com prazo superior a dez anos.

No entanto, altas taxas podem acabar erodindo essa vantagem fiscal e a rentabilidade ao longo do tempo e fazendo o investimento virar uma má ideia. “Mais uma vez, pesquisar bem é a solução mais adequada, entender as várias opções de plano e acabar optando por um mais barato”, aconselha Massaro.