Fundos de infra ensaiam 5º mês de captação positiva, empurrada por fim da isenção

O bom desempenho dos fundos de infraestrutura ajudou a virar o jogo para os fundos de crédito privado no geral, que registram captação líquida até aqui em julho

Paulo Barros

Publicidade

Os fundos de infraestrutura seguem ganhando espaço no mercado e registraram captação líquida de R$ 1,9 bilhão em julho até o dia 18, conforme relatório do Bradesco BBI divulgado nesta segunda-feira (21). Com esse resultado, o segmento caminha para alcançar o quinto mês consecutivo de fluxo positivo, impulsionado pela atratividade das debêntures incentivadas, isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas.

A expectativa de mudanças nessa isenção tem acelerado ainda mais a procura pelos fundos. Em junho, o governo editou uma Medida Provisória que prevê a aplicação de uma alíquota de 5% de IR sobre os rendimentos desses títulos a partir de 2026. A possível tributação levou muitos investidores a anteciparem suas alocações, aproveitando o benefício fiscal vigente.

O bom desempenho dos fundos de infraestrutura ajudou a virar o jogo para os fundos de crédito privado no geral. Após registrarem resgates de R$ 5,1 bilhões em junho, eles retomaram a captação líquida em julho, com entradas de R$ 11,9 bilhões até o dia 18.

Quanto você pode economizar no IR?

No mercado secundário, 38% dos títulos IPCA+ monitorados pela Anbima se valorizaram no período, bem como 49% dos papéis atrelados ao CDI. Entre os destaques, os spreads dos papéis AALR13 recuaram 167 pontos-base, negociados a CDI + 13,7%, enquanto o EESG13 teve queda de 42 pontos-base, sendo negociado a CDI + 8,5%.

O título mais negociado no mês até o dia 17 foi o VALEA0, com 1.789 operações. Já o maior volume financeiro ficou com o HAPV19, que movimentou R$ 723 milhões.

Na ponta das emissões, o mercado primário somou R$ 11,8 bilhões na última semana, com sete operações. Copel e Prio Forte lideraram com captações de R$ 3 bilhões cada. Outras companhias que anunciaram novas ofertas incluem Localiza (R$ 2,3 bilhões), Raízen (R$ 850 milhões), Auren (R$ 500 milhões) e CBA (R$ 530 milhões). O ritmo de emissões reforça o apetite por ativos de dívida corporativa, especialmente com prêmios atraentes em um ambiente ainda marcado por juros elevados.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)