Fundo SPX Nimitz tem melhor resultado mensal desde sua criação; gestora espera pressão sobre crescimento de Europa e Ásia

Desempenho resulta principalmente de aposta na alta dos juros globais, dada a persistência da dinâmica inflacionária, diz carta da gestora de Rogério Xavier

Bruna Furlani

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As apostas na alta dos juros globais deram as principais contribuições para o resultado positivo do fundo SPX Nimitz, que encerrou março com um retorno de 7,34%.

Esse foi o maior ganho mensal já registrado pelo fundo – que faz parte do portfólio da SPX, gestora de Rogério Xavier – desde a sua criação, em dezembro de 2010, segundo dados levantados na plataforma Economatica e no site da gestora.

Os números fortes superaram com folga a taxa do CDI – referência de retorno para fundos multimercados – que encerrou março com alta de 0,93%. A performance também ficou acima da média dos multimercados de gestão ativa no Brasil, medida pelo Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), que fechou o mês passado em 3,55%.

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Conforme a carta mensal aos investidores da SPX, o resultado foi ajudado pela visão de que a persistência da dinâmica inflacionária atual exigirá taxas de juros globais cada vez mais elevadas, com posições que se beneficiaram da elevação das taxas de juros.

Na visão da SPX, os bancos centrais devem ser cada vez mais forçados a apertar as condições monetárias. Nesse sentido, o risco de que haja uma desaceleração econômica mais significativa se torna cada vez mais presente e deve afetar especialmente a Europa, seguida pela Ásia, destaca a casa.

“Os Estados Unidos e as economias latino-americanas exportadoras de commodities continuarão um pouco mais resilientes”, observam.

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Em sua justificativa, a SPX disse que a eclosão da guerra na Ucrânia deve forçar cada vez mais empresas e países a repensar a relação entre custos e riscos de ter uma cadeia de produção extremamente globalizada e espalhada.

“Possivelmente veremos no futuro países e empresas concentrando suas atividades em um mesmo grupo de países ou região”, destacam os analistas da casa.

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Para eles, tal mudança deve reduzir as margens de lucro das empresas e aumentar o repasse da pressão de custos para os preços – o que, segundo eles, pode gerar mais inflação e menor crescimento.

Esses fatores devem seguir afetando o mercado acionário internacional. Ao comentar sobre as alocações em Bolsa externa, a SPX reforçou que segue privilegiando setores mais defensivos em relação a ativos mais cíclicos.

Nesse sentido, o foco segue em ações com exposição ao tema de transição energética e de defesa na Europa, além de uma posição comprada (que acredita na valorização) na Bolsa chinesa.

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Brasil

Mesmo diante de um cenário inflacionário mais persistente ao redor do mundo e aqui, a SPX defende que o crescimento do Brasil não deve ser tão afetado. Na visão da casa, o País está parcialmente protegido desse risco por ser um grande exportador de commodities.

Segundo eles, a melhora dos termos de troca do Brasil ajuda na situação fiscal e nas contas externas, fazendo com que o País tenha um “amortecedor momentâneo para os choques”, fato que já sustenta algum crescimento atualmente.

Nesse sentido, a SPX diz que seguiu com uma posição aplicada, ou seja, esperando recuo dos juros reais na parte intermediária da curva, na passagem de fevereiro para março.

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A casa acrescenta ainda que manteve as posições vendidas (apostando na desvalorização) em fintechs e no setor de mineração. Além disso, diz que seguiu com uma alocação mirando a alta do setor de transporte contra o índice, além de ter continuado com exposições relativas em consumo.

Moedas, commodities e crédito

Sobre as alocações em câmbio, a SPX disse que se manteve comprada em dólar americano, esperando valorização contra uma cesta de moedas, mas não deu mais detalhes a respeito.

A casa também preferiu seguir com posições que se beneficiam da alta de metais industriais, preciosos, energia e crédito de carbono na passagem entre fevereiro e março deste ano. Por outro lado, a gestora disse que encerrou posição comprada em grãos.

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Enquanto isso, no mercado de crédito, a SPX realizou algumas mudanças na carteira internacional: segundo a casa, houve um aumento na margem da alocação em títulos americanos com grau de investimento (investment grade), observando o deslocamento de preços causados pela volatilidade maior.

Já na América Latina, não houve alterações. A casa disse que continuou posicionada em nomes específicos, com maior exposição ao setor de commodities, usando proteções (hedges) para diminuir movimentos de juros nos mercados desenvolvidos.

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